O ato deste domingo (6), na Avenida Paulista, em defesa da anistia aos envolvidos no 8 de janeiro, enviou um forte recado político: o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), entrou na mira do bolsonarismo.
O ataque mais direto partiu do pastor Silas Malafaia, organizador do evento. Em seu discurso, ele chamou Motta de “vergonha da Paraíba”. Malafaia, como de costume, vocaliza críticas que não ficam bem na boca de Jair Bolsonaro ou de aliados estratégicos, como o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante.
Sóstenes havia prometido apresentar o requerimento de urgência para a votação do projeto da anistia no fim de março, mas recuou após não conseguir apoio dos líderes partidários — um revés atribuído à atuação de Hugo Motta. Em resposta, Sóstenes iniciou uma nova estratégia: coletar assinaturas individualmente.
O ataque público a Motta, no entanto, representa um movimento arriscado. O PL corre o risco de romper de vez os laços com o Centrão. A obstrução de votações no Plenário e nas comissões, adotada como forma de pressão para incluir o projeto da anistia na pauta, já irrita lideranças do bloco. Agora, os ataques ao novo presidente da Câmara podem provocar uma reação solidária dos deputados e isolar ainda mais o PL no Congresso.
Foto: Portal Brasil 247