O prefeito de Cabedelo, Vitor Hugo (Avante), avaliou a operação da Polícia Federal, na qual foi um dos alvos, junto com o prefeito eleito, André Coutinho (Avante) e o vereador Márcio Silva (União Brasil) como influência dos adversários políticos na tentativa de ganhar as eleições no “tapetão”.
Ele ressaltou que não tem nenhuma ligação com o tráfico de drogas, pelo contrário, endossou que foi ele quem fez as denúncias. Sem citar nomes, Hugo disse que um vereador de sua base tem ligação com o tráfico de drogas e envolvimento com a mulher de traficante. Esse parlamentar, segundo o prefeito, foi o responsável pelas indicações dos cargos na prefeitura, de acordo com Vitor.
“Os vereadores da base indicam, você governa com aliados. É, humanamente, impossível você saber quem são os cinco mil funcionários. Os vereadores fazem indicações e o prefeito assina as nomeações. O responsável por tudo isso foi um vereador, possivelmente, eleito pelo tráfico, casado com a esposa de um traficante”, declarou durante solenidade de premiação do Selo Unicef, no Espaço Cultural.
Vitor Hugo afirmou ainda, que assim que tomou conhecimento do possível envolvimento com o tráfico de drogas de pessoas nomeadas na gestão, ele as exonerou. “Essas pessoas foram exoneradas lá atrás assim que tomamos conhecimento do possível envolvimento. Essas pessoas não têm certidão criminosa nem passagem pela polícia. Não é em como nos prefeitos conhecermos cada uma”, concluiu.
Entenda o caso
A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta terça-feira (19), a segunda fase da Operação Em Passant, que investiga a influência de facção criminosa nas eleições municipais de Cabedelo, na Região Metropolitana de João Pessoa. Uma pessoa foi presa e cinco mandados de busca e apreensão são cumpridos. A decisão que autorizou a operação é da juíza Maria Cristina Santiago, do Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba (TRE-PB).
Segundo apurou a reportagem do Portal MaisPB, entre os alvos investigados pela PF estão o atual prefeito de Cabedelo, Vitor Hugo (Avante), o prefeito eleito André Coutinho (Avante) e o vereador Márcio Silva (União Brasil). Flavia Monteiro, que tem relação com os investigados, foi presa na operação.
De acordo com a decisão, Vitor Hugo, André Coutinho e Márcio Silva vão ter que cumprir medidas cautelares adversas à prisão, como proibição de manter contato com os demais investigados no inquérito e recolhimento domiciliar noturno.
A primeira fase da operação foi realizada no dia 18 de outubro, quando foram cumpridos três mandados de busca e apreensão no setor de Recursos Humanos da Prefeitura de Cabedelo e na Secretaria de Administração da Cidade. A coleta dessas provas conduziram à realização da segunda fase da operação.
Segundo a Polícia Federal, a investigação apura que uma facção criminosa, por meio do controle territorial, estaria exercendo influência sobre eleitores, em troca da nomeação de pessoas para cargos comissionados e outras formas de influência política. Os crimes sob investigação incluem constituição de organização criminosa, uso de violência para coagir o voto, lavagem de dinheiro e peculato.
Os elementos probatórios reunidos durante a Operação serão analisados e posteriormente apresentados ao Juízo Eleitoral.