O Instituto São José, responsável pela administração do Hospital Padre Zé, em João Pessoa, ingressou com uma ação na Justiça contra o Padre Egídio de Carvalho, ex-diretor da unidade de saúde, pedindo pagamento superior a R$ 1 milhão em danos morais.
No documento, estão os detalhes de todos os bens adquiridos pelo padre Egídio que, somados, chegam a R$ 140 milhões, dentre apartamentos de luxo, granjas e outras propriedades. O R$ 1 milhão, que seria bloqueado, teria como destino o próprio Hospital Padre Zé, que passa por dificuldades para cumprir com seus compromissos financeiros.
O processo tramita na 10ª Vara Cível da Capital. Atualmente, o Hospital Padre Zé é administrado pelo Padre George Batista.
Na petição feita pelo Instituto, o órgão aponta prejuízos à imagem do hospital após a Operação Indignus do Ministério Público da Paraíba, que acusa Egídio de Carvalho de desviar recursos destinados para manutenção do serviço de saúde para aquisição de imóveis de luxo e outros produtos.
Veja Documento:
0866234-11.2024.8.15.2001 (4)
“Os resultados investigativos até então obtidos sugerem uma orquestração dolosa entre os investigados, especialmente os ex-membros da gestão do Instituto São José, e do Hospital Padre Zé, Pe. Egídio, Amanda Duarte Silva Dantas, Jannyne Dantas Miranda e Silva e Samuel Segundo, para desviar recursos públicos em benefício pessoal de Egídio ou destes últimos, comprometendo a execução dos convênios e termos de colaboração com o Estado da Paraíba e Municípios”, afirma o Instituto.
Ao pedir a indenização por dano moral, o Instituo São José argumenta que os atos apontados pela investigação resultaram numa “severa crise de confiança” da sociedade com o Hospital, principalmente no tocante ao recebimento de doações, resultando na queda de receita.
“Os atos de corrupção e desvios de verbas públicas praticados pelo ex-Diretor [Padre Egídio de Carvalho] afetaram diretamente a imagem da parte [Hospital Padre Zé], que, como instituição filantrópica, possui a credibilidade como um dos seus ativos mais valiosos e a exposição de fraudes e desvios de conduta por parte de seus gestores gerou uma desconfiança generalizada, que comprometeu o recebimento de doações”, diz o São José.
“A reparação civil por danos morais visa ao restabelecimento da dignidade do Instituto São José, parte Promovente, independente das consequências penais que possam vir a ser impostas a Egídio de Carvalho Neto”
Padre Egídio tem prazo para se defender da ação
Na última quarta-feira (16), o juiz Antonio Sérgio Lopes deu um prazo de 15 dias para que o Padre Egídio de Carvalho possa apresentar defesa sobre a ação movida pelo Instituto São José.