Neste ano essencial para partidos se firmarem nos 5,5 mil municípios brasileiros que passarão por eleições para prefeitos e vereadores, em outubro, o Partido dos Trabalhadores criou uma cartilha com recomendações para lidar com evangélicos. A cartilha vai ao encontro do plano de aproximação do governo Lula com os evangélicos, grupo com alto índice de desaprovação à gestão petista.
O manual é assinado pela Fundação Perseu Abramo, do PT. Entre as orientações, consta a indicação para não tratar evangélicos como fundamentalistas. “Ainda que haja vários evangélicos conservadores ou moralistas, não convém unificá-los sobre esse tipo de classificação, muito menos de fundamentalistas, pois, como já dizia o pastor Harry Emerson Fosdick, ‘todo fundamentalista é conservador, mas nem todo conservador é fundamentalista’”, diz texto da cartilha.
O documento produzido pela fundação também pede que não se associe a religião a erros cometidos por pastores específicos, como os que roubam ou comentem assédio, casos extraconjugais com fiéis. “Todas as pessoas cometem pecados. É inócuo – e pode soar como perseguição religiosa – tentar associar e generalizar erros ou crimes de evangélicos”, diz o texto.
Nas orientações, ainda é dito para que “não se exagere em falar o nome de Deus”, pois não tomar o nome d’Ele em vão é um dos Dez Mandamentos conhecidos pelos cristãos.
As dicas em ano eleitoral vêm com a explicação da importância dos evangélicos na população brasileira. “A igreja evangélica está presente no Brasil há 200 anos. Nós, os evangélicos, somos parte da diversidade brasileira”, diz a cartilha.
Hoje, a população evangélica está estimada em 40 milhões de brasileiros. O objetivo da cartilha, conforme explicado em algumas das páginas, é apoiar o diálogo e levar conhecimento sobre a visão dos evangélicos dentro das pautas progressistas do partido.
Metrópoles