A Polícia Civil pediu, nesta quinta-feira (8), a prisão preventiva do médico pediatra Fernando Paredes Cunha Lima. Ele é suspeito de ter praticado abuso sexual contra várias crianças. O caso mais recente foi o de uma menina de nove anos, atendida no consultório dele no mês passado. O assunto era mantido em sigilo, até que a sobrinha do profissional de 81 anos revelou ter sido vítima do mesmo crime, quando também tinha nove anos. Atualmente, ela tem 41.
O pedido feito pela Polícia Civil, agora, será encaminhado ao Ministério Público, que poderá corroborar ou recusar a solicitação. Para o pedido, a delegada Isabel Bezerra, relatora do caso, considerou os relatos feitos por familiares e pacientes, que teriam sido abusados pelo médico. Em entrevista à TV Globo, o delegado Cristiano Santana disse haver um padrão entre as vítimas. São meninas com idades que variam de quatro a nove anos.
Fernando Cunha Lima tem uma carreira de mais de 50 anos dedicados ao trabalho com crianças. Em depoimento emocionado, Gabriela Cunha Lima, hoje com 41, disse ter demorado muitos anos até entender que foi vítima do abuso e não culpada por ele. Na época, o pai dela, Arthur Cunha Lima, irmão do médico, chegou a procurá-lo com a intenção de matá-lo, mas a tragédia foi evitada porque o suspeito havia viajado.
Ao todo, seis mulheres já formalizaram denúncias de abusos contra Fernando Cunha Lima. Os relatos são três mães de pacientes do pediatra, incluindo a mãe da menina de 9 anos que fez a primeira acusação formal, e duas sobrinhas dele. Ele não compareceu para dar depoimento à polícia porque passou mal e foi internado.
O delegado conta que, em geral, e ainda de acordo com os diferentes depoimentos colhidos, o médico costumava agir no consultório, durante atendimentos e exames de rotina, com a mãe da vítima presente ao local, mas aproveitando algum momento de distração.
Com a repercussão do caso, uma sobrinha do suspeito revelou que foi abusada quando também tinha 9 anos, na década de 1990, assim como suas duas irmãs. As denúncias, assim, indicam que os crimes aconteceriam há pelo menos 33 anos, já que o relato se refere a um estupro que teria sido cometido em 1991.
O Conselho Regional de Medicina (CRM-PB) informou nessa quarta-feira (7) que abriu uma sindicância para apurar o caso. Já a Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), do qual Fernando Cunha Lima era diretor, decidiu suspendê-lo e afastá-lo de suas funções diretivas.
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