O deputado federal e pré-candidato a prefeito de João Pessoa, Ruy Carneiro (Podemos), voltou a atacar o juiz Adilson Fabrício, que o condenou à prisão por fraude, peculato e lavagem de dinheiro. Em entrevista à Rádio CBN, essa semana, Ruy insinuou que a decisão do juiz teve motivação política.
“A minha atuação aqui (João Pessoa) é conhecida. Não é um juiz de primeira instância, com interesses outros, que vai manchar minha história. O tempo vai mostrar. Meu discurso será o mesmo”, declarou.
Entenda o caso
Segundo a denúncia feita pelo Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público da Paraíba, Ruy e as outras pessoas condenadas foram acusadas de integrarem uma quadrilha especializada em fraudar licitações para desviar e lavar dinheiro público, no processo que ficou conhecido como Caso Desk. A Justiça acatou a denúncia em 2018.
O Gaeco detectou irregularidades acerca de contratos firmados em janeiro de 2009, entre a Secretaria de Estado da Juventude, Esporte e Lazer (Sejel), e a empresa Desk Móveis Escolares e Produtos Plásticos Ltda.
Conforme a sentença, foi feita uma dispensa de licitação para a compra de cinco mil assentos desportivos com encosto e 42 mil assentos desportivos sem encosto para serem instalados no Estádio José Américo de Almeida, o Almeidão, em João Pessoa, e no Ginásio Poliesportivo Ronaldão, também em João Pessoa.
De acordo com o juiz, a investigação comprovou que houve fraude licitatória, superfaturamento de produtos, desvio de recursos públicos. prejuízo estimado é de R$ 1,5 milhão.
Assim que saiu a sentença, em fevereiro deste ano, Ruy criticou o juiz, sugerindo que a condenação, em pleno ano eleitoral, teria motivação política.
“Pra me intimidar, foram requentar uma denúncia velha, vencida, de quinze anos atrás. Uma decisão agora de um único juiz e que nós já recorremos ao Tribunal de Justiça, de novo. O mesmo tribunal que já havia anulado uma decisão anterior sobre o assunto”, disparou.