Autoridades lamentaram, na tarde desta segunda-feira (8), a morte do cantor e compositor Severino Xavier de Souza, de 75 anos, mais conhecido como Biliu de Campina,. O artista faleceu em consequências de sequelas causadas por um Acidente Vascular Cerebral (AVC) depois de uma queda.
Para o governador João Azevêdo, a Paraíba perde um dos grandes nomes de sua música e da cultura popular. “Figura marcante do nosso forró, Biliu, que carregava Campina no nome, ajudou a transformar a Rainha da Borborema na terra do Maior São João do Mundo e ficará marcado pra sempre na nossa história”, lamentou o chefe do Poder Executivo estadual.
A senadora Daniella Ribeiro destacou o ‘grande legado” que Biliu deixará para a arte e cultura do Estado. “Um grande artista que dedicou a vida à nossa cultura através da música. Composições que jamais serão esquecidas pela originalidade, humor e tradição”, enfatizou.
O presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba, deputado Adriano Galdino, também apresentou um voto de pesar pelo falecimento do cantor. “Neste momento de dor e saudade, a Assembleia Legislativa se une em solidariedade, expressando sinceras condolências e votos de conforto aos familiares e amigos do cantor Biliu de Campina, grande ícone da cultura paraibana, que fará muita falta ao nosso Estado”, destacou Galdino.
Biliu de Campina estava internado no Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande desde o dia 24 de junho, Dia de São João. Ele se apresentaria no Maior São João do Mundo, mas por causa do problemas de saúde não pode participar do evento.
Um dos seguidores de Jackson do Pandeiro e Luiz Gonzaga, Biliu de Campina Grande sempre foi um dos defensores da cultura raiz que tem o forró, no xote e no coco em suas principais manifestações musicais.
Conheça o caso
Nascido em 1º de março de 1949, Biliu foi um compositor, cantor e advogado paraibano. Ele estava internado no Hospital de Trauma de Campina Grande desde o último dia 24 de junho, em virtude de uma queda que provocou um sangramento na cabeça. A situação de Biliu se agravou e ele precisou ser internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Por ter 75 anos e uma condição de comorbidades, como hipertensão e diabetes, ele apresentou dificuldades para respirar e ficou entubado na UTI.
A informação da morte de Biliu foi confirmada inicialmente pela produção do artista. Segundo a produção, a morte do artista foi provocada por uma parada cardiorrespiratória. Por volta das 16h30 desta segunda (8), o Hospital de Trauma de Campina Grande confirmou a informação em uma nota.
Carreira Artística
Forrozeiro formado em direito pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), trocou a advocacia pela música em 1978, quando iniciou a carreira artística, resgatando o forró de raiz, o cantor e compositor se auto-intitulava como o maior carrego de Campina Grande.
Biliu teve sua primeira composição gravada em 1984, “A Grande Herança”, por Messias Holanda e criou a banda “Os ETs do Forró”. Em seus três primeiros discos, incluiu, além de suas composições, outras já consagradas, como “O canto da ema”, de João do Vale, Aires Viana e Alventino Cavalcanti, e “Sebastiana”, de Rosil Cavalcanti. Gravou também “Galo I (trupizupe)” e Galo II (embalo geral) músicas do bloco Galo de Campina, com arranjos do maestro Gabymar Cavalcanti.
Em 1989, participou com Gilberto Gil de show realizado no Parque do Povo, em Campina Grande, no lançamento do movimento político-ecológico “Onda Azul” e que também serviu como homenagem aos 70 anos de Jackson do Pandeiro. Em 1999, foi homenageado durante o Forró Fest.
Foi essa mistura de ritmos, humor e tradição que levou o artista a ser homenageado com o troféu Ícone da Cultura do projeto Sesi Forró na empresa 2008. De lá pra cá, Biliu esteve presente em quase todas as edições do Maior São João do Mundo em Campina Grande.
No dia 30 de março de 2022, Biliu de Campina e outros artistas da região foram reconhecidos pelo estado como os novos mestres das artes, pela Lei Canhoto da Paraíba.
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