Fazer parte da produção de um evento internacionalmente reconhecido é motivo de orgulho para quem participa do processo. Independente da função que ocupem, os trabalhadores d’O Maior São João do Mundo demonstram este sentimento, seja antes, durante ou depois do evento.
Na obra de requalificação dos parques do Povo e Evaldo Cruz, no maior evento turístico e cultural do Estado ou nas oportunidades que surgem nesse período e perduram após a festa, são profissionais que sentem prazer por realizar algo grandioso.
É o principal momento econômico de Campina Grande, conforme o prefeito Bruno Cunha Lima. “Por trás da diversão, é onde se movimentam os turistas, as pessoas das cidades circunvizinhas. Existe um grande sistema econômico de geração de emprego e renda, de movimentação da economia formal e informal. Desde o comércio das ruas Maciel Pinheiro e Venâncio Neiva, até os mercados, shoppings e feiras, tudo gira em torno desse evento nesse primeiro semestre”, elencou.
A começar pela reestruturação do local onde O Maior São João do Mundo é realizado, a obra do Parque do Povo está em curso há quase dois meses com dezenas de contratados. Segundo a secretária de Desenvolvimento Econômico de Campina Grande, Tâmela Fama, a edição de 2023 do evento gerou uma movimentação econômica de cerca de R$ 500 milhões.
“Para este ano, temos uma expectativa de um aumento de 15% a 20% desse dado. Sem falar nos cerca de quatro mil empregos que são gerados no período. Nós, enquanto Prefeitura de Campina Grande, Secretaria de Desenvolvimento Econômico, seguiremos trabalhando para fortalecer esse grande evento, tão importante para o calendário da nossa cidade”, disse.
Só no Parque do Povo, especificamente no serviço de montagem do evento, a Arte Produções, empresa responsável pela organização d’O Maior São João do Mundo, reúne diversos trabalhadores. “Até o final da estruturação mais de mil pessoas estarão trabalhando diretamente na montagem do espaço que compreenderá as quatro áreas denominadas Arena Show, Arena Cidade, Pirâmide e Parque Evaldo Cruz, garantindo espaços mais amplos que resultam da requalificação e do novo layout do Parque do Povo”, destacou Monique Fernandes, produtora executiva da Arte Produções.
A Arte Produções também investe muito alto na parte de segurança do trabalho e fornece os equipamentos de proteção individual necessários para executar cada serviço. “Além disso, priorizamos a mão de obra local e fazemos os treinamentos. Nossa equipe é composta por técnicos, brigada de incêndio e seguranças, reforçando esse olhar para o trabalhador, com o objetivo de orientá-los ao uso correto dos equipamentos. Tudo para evitar acidentes e salvaguardar as vidas deles, que hoje são os responsáveis por montar essa macro estrutura d’O Maior São João do Mundo”, disse o técnico em segurança do Trabalho, Jaymson Moreira.
Trabalhadores da economia criativa também integram o ecossistema de trabalho da festa junina
Nos meses que antecedem O Maior São João do Mundo, a economia criativa dá os sinais de que o ano será produtivo e lucrativo. As costureiras da cidade aumentam as rendas com as encomendas das tradicionais e bem elaboradas roupas das quadrilhas juninas.
As 11 juninas cadastradas pela Associação de Quadrilhas Juninas de (Asquaju CG) são geradoras de muito trabalho em todas as etapas d’O Maior São João do Mundo. A costureira Fran Lima, que é natural do Ceará, mas foi acolhida por Campina Grande, se sente realizada em poder empreender na cidade que realiza a maior festa junina no Brasil.
“Cheguei aqui em 2014 e em 2016 iniciei o trabalho de confecção para as quadrilhas juninas. Montei uma equipe de costura e bordados só para o São João e todos os anos diversas pessoas me procuram com o objetivo de fazer parte dessa equipe e isso é gratificante. O empreendedorismo do São João por aqui é bem maior e mais levado a sério, além de uma grande responsabilidade por se tratar desse grandioso evento. Poder ver o meu trabalho refletido nas peças é o meu maior troféu!”, enfatizou.
Outra parte que fica aquecida é a do comércio. Para a empresária Lucélia Costa, do ramo de vestuário feminino, o período junino é o mais aguardado do ano, tendo em vista o aumento nas vendas.
“Assim como eu, os empresários de Campina esperam ansiosos por esse período, que é quando a gente garante o nosso 13° salário antecipado, com o aquecimento das vendas. Aqui trabalhamos meu marido e eu, porém sempre contrato mão de obra extra para o São João. Além dos nossos clientes sempre recebemos os visitantes de outras cidades o que termina refletindo em mais trabalho e consequentemente mais renda”, disse.
Equipes que atuam na reforma dos Parques sentem que estão fazendo parte da história da cidade
Um trabalho que gera renda, mas também responsabilidade e altivez de apoiar o fortalecimento da cultura e do turismo da cidade. Nesta primeira etapa, da requalificação dos parques, a maioria dos contratados é de moradores da cidade. O pedreiro José Manoel Lameu, de Campina Grande, trabalha na reforma do Parque Evaldo Cruz. Ele estava pleiteando uma vaga de trabalho e encontrou uma boa oportunidade.
“Eu frequento este parque há muitos anos, com meu irmão. E via que ele precisava de uma reforma há muito tempo. É gratificante estar trabalhando aqui, porque eu tive uma oportunidade de refazer esse local para meus filhos e netos virem aproveitar. É um orgulho e veio no momento em que eu mais precisava”, exclamou.
Nessa estrutura, ainda há os que permanecem nas vagas de emprego temporárias, que viram contratos efetivos ou sazonais anuais. É o caso do garçom Emerson Lira, que trabalha anualmente no empreendimento Manoel da Carne de Sol, um dos mais tradicionais restaurantes que integram a parte interna do Parque do Povo.
Segundo ele, é uma satisfação grande fazer parte da festa. “É um orgulho poder estar em contato direto com os turistas de fora e é um momento em que a gente tira um 13° salário adiantado. Eu sou muito grato por sempre fazer parte dessas contratações de junho, pois é minha renda extra no meio do ano”, comentou.