O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou neste domingo, 24, em entrevista coletiva que após a prisão de três pessoas suspeitas de terem sido mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco a investigação está momentaneamente encerrada.
“Esse trabalho, que ora se encerra, pelo menos neste ponto se encerra. Até que venham eventualmente novos elementos. Mas, nesse momento, temos bem claro os executores deste crime hediondo. Um crime de natureza política”, disse Lewandowski.
“Essa etapa [investigação sobre os mandantes] já está concluída. A PF já tem informações para oferecimento de denúncia ao Ministério Público Federal. Não há um prazo para o oferecimento da denúncia, mas existem elementos suficientes nos autos para o oferecimento da denúncia”, afirmou o ministro.
Acho que as investigações representam, neste momento, um triunfo expressivo do Estado brasileiro contra a criminalidade organizada”, acrescentou o ministro da Justiça.
Ainda na coletiva de imprensa, Lewandowski ressaltou que o caso deverá ser julgado pelo plenário do STF, já que uma pessoa com foro privilegiado é suspeita de participar da execução da vereadora em 2018.
Na manhã deste domingo, a Polícia Federal prendeu o deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ), o Domingos Brazão, irmão do parlamentar e conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. Os dois são suspeitos de terem ordenado a morte de Marielle Franco.
O delegado Rivaldo Barbosa, que chefiou a Polícia Civil do Rio e teria atuado para protegê-los, também foi detido. Os três negam a acusação.
Na coletiva de imprensa, Lewandowski reforçou que as investigações apenas tiveram seguimento após a federalização do caso. “A Polícia Civil não conseguiu avançar neste caso”, afirmou o ministro.
Ainda na coletiva, o ministro da Justiça e integrantes da Polícia Federal ressaltaram que a motivação, apesar de complexa, tem relação direta com uma disputa de terras no Rio de Janeiro.
Segundo informações da PF, Rivaldo Barbosa teria combinado com Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio, que garantiria a impunidade no crime. A nomeação de Rivaldo Barbosa será investigada pela Polícia Federal.