A Segurança Pública nunca foi ponto forte no governo Lula (PT). Seja por frases em defesa de pequenos delitos (roubo de celular), seja por aproximação com as FARC nos primórdios do Foro de São Paulo ou até pela presença em favelas, em período eleitoral, com anuência de traficantes, o combate à violência sempre foi sensível ao petismo. Para piorar a imagem, a primeira fuga de um presídio federal de segurança máxima no país, em Mossoró, da forma que aconteceu, reforça o sentimento.
Além disso, o que chamou mais atenção foi a justificativa dada pelo novo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowisk, sobre o fato. Dentre os argumentos, a “desculpa esfarrapada” de que a fuga foi facilitada por conta do período carnavalesco, onde as pessoas (profissionais da segurança) estão mais relaxadas.
“Houve uma série de fatores que causaram a fuga desses dois detentos — disse Lewandowski. — É um pouco como a queda de um avião: não há uma causa única, há uma série de causas. Ocorreu numa terça-feira de carnaval, de terça para quarta-feira de cinzas, onde eventualmente as pessoas estavam mais relaxadas, como costuma ocorrer neste momento”.
Seria cômico se não fosse trágico ouvir uma declaração dessa do responsável pela Justiça e Segurança Pública do país. É uma forma de “passar pano” diante da gravidade do caso. O assunto exige um posicionamento firme, forte e combativo contra a primeira fuga de presidido federal do país e não uma fala complacente. A sociedade cobra rigor e punição.
O episódio, como também a fala do ministro, contribuem ainda mais para alimentar a tese de conivência do governo Lula, do PT e da esquerda com a criminalidade. Até o momento, o presidente da República não se posicionou, nem sequer nas redes sociais, sobre a gravidade do tema.