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PF pede quebra de sigilo bancário e fiscal de Janones

A Polícia Federal (PF) pediu a quebra de sigilo bancário e fiscal do deputado André Janones (Avante-MG; foto) com base em investigações sobre suposto esquema de rachadinha em seu gabinete.

O pedido foi encaminhado ao ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF).

O Antagonista teve acesso a documentos da PF sobre o caso nesta terça-feira, 30 de janeiro.

“Há ocorrência de depósitos fracionados realizados em conta de ANDRÉ JANONES, como possível subterfúgio para burlar a identificação da origem desses recursos bem como a comunicação das operações em espécie à unidade de inteligência financeira”, diz a PF.

Ao todo, houve “a efetivação de, pelo menos, 9 depósitos, entre os dias 24/07/2023 e 26/07/2023, que totalizaram a quantia de R$ 15.000,00”.

“Há registro de recebimento, em conta de ANDRÉ JANONES, de transferência pix realizada a partir de conta de sua ex-secretária parlamentar LEANDRA GUEDES FERREIRA, no valor de R$ 7.500,00, no período de 1/12/2022 até 28/11/2023”, acrescenta.

A PF também afirma que as evidências contradizem as declarações de alguns assessores de Janones que alegaram não haver nenhum esquema de desvio.

“Embora os assessores neguem envolvimento no esquema de ‘rachadinha’, as discrepâncias em seus depoimentos evidenciam a necessidade de um aprofundamento nas investigações . Afinal, é crucial considerar que todos os assessores investigados ainda mantêm vínculos com o Deputado Federal André Janones, dependendo de seus cargos ou para a sua sobrevivência política ou para a sua subsistência”, diz a PF.

Áudio de Janones
O deputado federal André Janones (Avante-MG, foto) sugeriu, em 2019, a criação de uma “vaquinha” mensal entre os servidores de seu gabinete na Câmara dos Deputados em áudioque veio a público no final de novembro.

Na gravação, revelada pelo portal Metrópoles, o parlamentar afirmou que o dinheiro arrecadado seria utilizado para financiar a campanha de seu grupo político em 2020.

Como nós não vamos ser corruptos, não vamos aceitar cargos […] Como a gente não vai ceder a essas coisas e a gente precisa de dinheiro pra fazer campanha, qual é a minha sugestão?

E aí nós vamos dividir o valor entre nós, inclusive eu. Isso é, todos. E isso é legal. Às vezes, você confunde isso com devolver salário. Devolver salário é você ficar lá na sua casa dormindo, me dá seu cartão, todo mês eu vou lá e saco e deixo só um salário pra você. Isso é devolver salário.

2020 [ano eleitoral] tá aí. Eu pensei de a gente fazer uma vaquinha entre nós, e aí nós vamos decidir se vai ser 50 reais, se vai ser 100, 200, se cada um dá proporcional ao salário. Isso a gente vai decidir entre nós. E a gente começar uma vaquinha já no primeiro mês de salário pra gente poder disputar as eleições de 2020 com o básico pelo menos”, disse Janones.

No áudio, gravado na mesma reunião em que o deputado defendeu o pagamento de despesas de campanha com rachadinha, um dos assessores afirmou que esta seria “a única saída para Janones disputar a eleição sem ceder ao sistema”, referindo-se ao recebimento de doações de empresas e ao desvio de verbas públicas.

Embora estivesse planejando as despesas para as eleições municipais de 2020, Janones não foi candidato. Contudo, o deputado elegeu sua ex-assessora Leandra Guedes como prefeita de Ituiutaba, cidade em que foi derrotado em 2016.

 

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