A força-tarefa constituída para fazer uma devassa nas contas do Hospital Padre Zé, em João Pessoa, será de suma importância para a recuperação da credibilidade da instituição. Há indícios fortes de corrupção na unidade de saúde até pouco administrada pelo Padre Egídio de Carvalho Neto. Um quadro que tem prejudicado a coleta de donativos, historicamente recebidos para o atendimento aos pacientes. A investigação será coordenada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público da Paraíba, tendo apoio da Polícia Civil, da Controladoria-geral do Estado (CGE) e da Secretaria da Fazenda.
De acordo com o apurado pelo blog, todos os órgãos disponibilizarão corpo técnico para participar da operação. O secretário chefe da CGE, Letácio Tenório Guedes Júnior, explicou que o órgão vai disponibilizar três auditores para o trabalho, coisa parecida com o que vai ocorrer em relação à Sefaz. A vantagem, agora, em relação à gestão anterior do Hospital Padre Zé é que a direção da instituição tem se mostrada interessada em apurar todas as irregularidades. Isso foi externado, em vídeo divulgado nesta terça-feira (3), pelo Padre George Batista.
“O nosso compromisso é com a transparência e para que os mais necessitados não sejam prejudicados no atendimento e na presteza do serviço. Mesmo com as dificuldades encontradas, a operação do Hospital não será interrompida e a memória da iniciativa caritativa de Padre Zé será resgatada”, enfatizou o novo diretor. Ele substituiu o Padre Egídio no cargo, após as denúncias de corrupção ganharem as ruas. As informações são de que o religioso afastado teria um patrimônio milionário em seu nome, o que é incompatível com a função.
Todo o escândalo foi desnudado após uma denúncia de desvio de celulares recebidos pelo hospital em doação feita pela Receita Federal do Brasil. A venda dos equipamentos seria utilizada para a compra de uma ambulância para a unidade de saúde. Ao invés disso, muitos destes aparelhos foram subtraídos e vendidos. Um ex-funcionário da unidade de saúde, chamado Samuel Rodrigues, chegou a ser preso, mas teve a detenção convertida no cumprimento de medidas cautelares. Ele até tentou fazer acordo de delação premiada, mas ela não foi aceita pelo Ministério Público.
A postura do Padre George é a mais adequada para o momento, até para a recuperação da imagem da instituição de saúde. Que tenha havido roubo, ninguém mais duvida, porque as provas surgidas mostram isso. O que é preciso, agora, é encontrar os culpados e puni-los. Antes mesmo da conclusão das investigações, muitas medidas foram adotadas. A principal delas foi a saída do Padre Egídio do comando do Hospital Padre Zé. Agora é preciso apurar a fundo, para que haja punição em caso de culpa. Só o hospital e os pacientes não podem ser penalizados.
Blog do Suetoni