Chama a atenção a sequência de equívocos cometidos pelo judiciário brasileiro no afã de ver o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) preso e longe da disputa eleitoral. Vou ressaltar apenas três atitudes, nas últimas semanas, que endossam a tese de perseguição política ao adversário.
A primeira, praticada pelo TSE, diz respeito à inelegibilidade. Não estou defendendo Bolsonaro dos abusos praticados durante o período que foi presidente. Isso deve ser analisado na esfera criminal. Na área eleitoral, o que se percebeu foi o “contorcionismo jurídico” para torná-lo inelegível. No rigor da lei, não há nada que prove que as declarações de Bolsonaro sobre as urnas eletrônicas desequilibraram o resultado das eleições. A prova maior que não influenciou o pleito é que ele perdeu. Ponto final.
Na sequência, a fala do ministro do STF, Luís Barroso, em um evento político (da UNE), braço direito do comunismo no Brasil, que endossou a tese de que contribuiu para derrotar Bolsonaro e o bolsonarismo. Estou falando de um ministro da mais alta suprema corte, que por dever de ofício, deve se afastar de qualquer tipo de manifestação política, sob pena de quebrar o princípio da imparcialidade. Mas no Brasil, tudo isso é visto com a mais absoluta normalidade.
Na sequência, a PGR (Procuradoria-Geral da República) solicita ao STF, de forma inconsequente, a lista com informações detalhadas de todos os seguidores de Bolsonaro, em todas as redes sociais, com a justificativa de avaliar o impacto das publicações do ex-presidente sobre os atos golpistas de 8 de janeiro. A atitude foi tão impensada que a PGR teve que emitir nota, diante da repercussão negativa, da decisão atabalhoada.
Os fatos dão a Bolsonaro e ao bolsonarismo a narrativa perfeita de que são alvos de violenta perseguição política, o discurso de vítima do sistema. No episódio da PGR, fica latente a tentativa de monitoramento ideológico, um “tiro na cabeça” no estado democrático e de direito. Por trás disso, as eleições para o novo PGR e a tentativa de agradar o presidente Lula (PT) com perseguição aos adversários políticos.
A coisa tá tão escancarada que, sequer, se preocupam em esconder sentimentos negativos de vingança e revanchismo: “Nós derrotamos o bolsonarismo”. Não há mais nada a acrescentar, só lamentar.