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Lula decide ir à abertura do Foro de São Paulo, organização que faz apologia à ditaduras de esquerda

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu ir à abertura do Foro de São Paulo – uma reunião de partidos e organizações de esquerda – que acontece na quinta-feira (29) em Brasília. A existência do Foro foi negada por muitos anos por Lula e pelo PT.

A decisão de Lula carrega um grande custo político, já que a direita brasileira critica muito o evento, já que o Foro de São Paulo reúne movimentos que fazem apologia a ditaduras de esquerda.

“Lula articulou o Foro de São Paulo em 1991 com o ditador cubano Fidel Castro, aquele que tomou o poder numa revolução armada e não largou o governo até ficar doente e inválido. Foi Fidel também quem mais se esforçou em espalhar ditaduras em outros países da América Latina”, denunciava o filósofo Olavo de Carvalho, guru do ex-presidente Bolsonaro.

Dentro do Planalto, aliados de Lula avaliam de modo diferente a decisão do presidente. O petista é um dos fundadores do Foro e, para ele, se trata de comparecer a uma reunião de partidos de correntes democráticas da esquerda.

A proximidade ao Foro de São Paulo não é consenso nem mesmo dentro do PT, há correntes mais próximas e menos próximas do evento.

Foro de São Paulo

O Foro de São Paulo é uma organização de esquerda, que reúne mais de 120 partidos políticos de quase 30 países da América Latina e do Caribe. Criado em 1990, por iniciativa dos ex-presidentes Fidel Castro e Luiz Inácio Lula da Silva, que, na época, era dirigente do PT, teve como ponto de partida um seminário internacional que discutiu a crise do socialismo após a queda do Muro de Berlim, em 1989. Como o primeiro encontro aconteceu na cidade de São Paulo, o Foro acabou ganhando o nome da capital paulista. E, a partir daí, o movimento se consolidou.

Entre os principais membros estão o Partido Comunista de Cuba, o Partido dos Trabalhadores no Brasil, o Partido Socialista Unido da Venezuela e o Partido Socialista do Chile. Há, inclusive, registros de participação das Farc – as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – em conferências realizadas nos primeiros anos de organização. Aqui no país, além do PT, PDT, PCdoB e PCB também integram o grupo, que tem como pautas centrais a oposição ao neoliberalismo e ao imperialismo, o fortalecimento das lutas sociais, sindicais e populares e a integração dos países em torno de problemas políticos, econômicos e sociais.

Especialmente na primeira década dos anos 2000, o Foro viveu o auge pela ligação com presidentes de importantes países do continente. Em 2019, Caracas, na Venezuela, foi sede do último Encontro Anual do Foro de São Paulo. Entre as discussões, a libertação de Lula, até então preso após condenação em processo da Lava Jato. O evento provocou a reação de vários adversários políticos. Entre eles, o presidente Jair Bolsonaro, que, nas redes sociais, mencionou a ligação da organização com as Farc e facções criminosas.

Para a ala esquerda, a organização tem papel importante na articulação de lutas populares e no fortalecimento de movimentos sociais. Para a ala direita, trata-se de mais uma ameaça comunista, para alguns até criminosa, que avança contra o capitalismo e a democracia. O fato é que, com a derrota nas urnas de líderes da esquerda nos últimos anos, o Foro acabou escapando aos holofotes. Mas, segundo consta na página oficial da organização, as atividades continuam acontecendo. Tá Explicado?

 

 

 

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