Causou estranheza a decisão do ministro da Justiça, Flávio Dino, de exonerar o ex-candidato a deputado, Caio da Federal, dos quadros da PF da Paraíba. Caio é concursado e, de certa forma, goza de estabilidade no emprego. Algo muito sério ou grave deve acontecer para justificar uma demissão sumária. O argumento do ministro, segundo portaria divulgada em texto enxuto e subjetivo, destaca que Caio usou do cargo de forma ostensiva e velada para obter proveito politico-partidário. Isso baseado no fato de que o então candidato utilizou do nome da instituição durante o período eleitoral.
É importante ressaltar que, cumprindo determinação do TRE-PB, Caio chegou a retirar o nome da instituição no registro de candidatura e passou a se identificar como “policial Caio”. Lembro-me que publiquei uma matéria, durante a campanha, me referindo a ele como “Caio da Federal” e, prontamente, fui advertido pelo próprio Caio a mudar a expressão para “policial Caio”. Ou seja, até onde a vista alcança, a decisão judicial foi rigorosamente cumprida.
A portaria também traz outras justificativas. “Deixar de cumprir ou de fazer cumprir, na esfera de suas atribuições, as leis e os regulamentos; negligenciar ou descumprir a execução de ordem legítima de autoridade competente; e violar o dever de ser leal às instituições a que servir”.
As perguntas que não querem calar: Caio respondia a algum processo administrativo em virtude desses motivos apontados na portaria? De que forma o policial violou o dever de ser leal à instituição? Houve casos específicos de descumprimento de execução de ordem dada por autoridade? É preciso resposta a essas perguntas para fazer uma análise mais justa do caso, porém, a julgar pela declaração do advogado de Caio, não há nenhum outro motivo para demissão senão o “suposto “uso eleitoral” do nome da instituição na campanha.
Em sendo verdade a colocação do advogado, é difícil não concluir que há uma clara decisão motivada por perseguição política. E se tudo isso for confirmado, é de extrema gravidade o período em que a República Federativa do Brasil está vivenciado. Que o caso do policial Caio traga debate, esclarecimentos e luz para essa exoneração, que até então, está muito nebulosa.