Depois de quatro meses sem se manifestar sobre o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT) criticou o presidente ao dizer nesta sexta-feira (12) que o petista “não tem compromisso com a mudança” e que “é responsável pelo reacionarismo no Brasil”. As declarações foram dadas em um evento público na Universidade de Lisboa.
“O Lula nunca quis mudar, não tem compromisso com a mudança do Brasil, é o responsável pelo reacionarismo dominante hoje no Brasil. Ganha com isso”, avaliou. Ele também comparou Lula com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no trato com o Congresso: “Se não é assim: o Bolsonaro fazia o orçamento secreto e isso era uma abominação, o Lula faz e é pragmatismo político, o que que nós estamos ensinando para o jovem brasileiro?”.
Ciro Gomes, que registrou em outubro de 2022 o seu pior resultado em uma eleição para presidente (3,04% dos votos válidos), lembrou também que Lula não foi inocentado. “Caramba, o Lula foi parar na cadeia. Será possível que não aprendemos nada? Ou nós acreditamos que Lula foi inocentado? Ele não foi. O Lula teve direito à presunção de inocência restaurada. É diferente de ser inocentado em um julgamento”. Crítico da Lava Jato, Ciro ponderou que Lula não teve direito ao “devido processo legal”.
O pedetista também criticou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), questionou a proposta do novo marco fiscal, que substituirá o teto de gastos do governo, e defendeu a demissão do presidente do BC, Roberto Campos Neto.
Por outro lado, Ciro Gomes disse que deseja que o governo acerte. “Estou dentro do barco, quero que acerte”. O PDT faz parte da base governista no Congresso e indicou um ministro para o governo Lula: Carlos Lupi, presidente nacional da sigla, chefia a pasta da Previdência Social.