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Análise: O retorno de Bolsonaro e o novo contexto político do Brasil

Após três meses de exílio nos EUA, Bolsonaro posou em Brasília, nesta quinta-feira (30), com intuito de se firmar como a principal liderança de oposição ao governo Lula (PT). Porém, diferente de quando deixou o Brasil, em dezembro, o contexto político nacional complica as pretensões de Bolsonaro.

Primeiro, ao invés de ficar as energias em elaborar estratégias de ataque ao governo, Bolsonaro vai atuar na maioria das vezes, literalmente, na defesa. O ex-presidente já chega para depor à Polícia Federal sobre os presentes recebidos do governo saudita. Além disso, processos que pedem sua inelegibilidade já estão na pauta para julgamento no TSE, surgindo, inevitavelmente, eventualmente nomes para substituí-lo na disputa, o que enfraquece seu capital político.

Afora isso, milhões de militantes bosonaristas se frustraram com o comportamento do ex-presidente no final do governo, que abandonou o barco e viajou para os EUA, sem sequer dar satisfação ao seu mais fiel eleitor. A oposição ficou acéfala de liderança em três meses de governo petista, sem nenhum norte.

O questionamento que fica é se, Bolsonaro, que não conseguiu conciliar conflitos internos de seu grupo político nem falar para fora da bolha e muito menos capaz de criar um partido para chamar de seu, terá competência para liderar de forma coesa uma oposição cada vez mais heterogênea? Ao que me parece, a maior estratégia de Bolsonaro é apostar na enfadonha polarização e torcer pelos próprios erros, que não são poucos, do próprio Lula.

 

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