O presidente estadual do Partido dos Trabalhadores, na Paraíba, Jackson Macedo, não anda otimista em relação às chances eleitorais da sigla em eventual disputa da prefeitura de João Pessoa, em 2024. Ele diz que será um erro se os dirigentes municipais da agremiação insistirem em lançar candidatura própria, assim como o ocorrido em 2016 e em 2020, quando o PT saiu das urnas com maus resultados eleitorais. Na disputa mais recente, o candidato petista Anísio Maia saiu da disputa pelo primeiro turno com um pouco relevante 1% dos votos.
A tendência, por isso, reforça Macedo, é que o partido componha em 2024 com o prefeito Cícero Lucena (PP). O movimento observado pelos petistas é que o atual mandatário da capital deve migrar para o PDT ainda neste ano, o que abriria espaço para o diálogo com o presidente Lula (PT). Esse movimento do progressista rumo ao novo partido é visto há meses e deve ser consolidado em breve com ele assumindo o comando da agremiação. A sigla era vista até pouco como uma capitania hereditária da família Feliciano, mas eles perderam o comando após a saída do deputado federal Damião Feliciano para o União Brasil.
Em um partido da base de Lula, Jackson Macedo acredita que não haverá dificuldade de diálogo entre Cícero e o presidente visando o pleito de 2024. A necessidade da composição, segundo ele, vem da tendência já observada de polarização na disputa eleitoral. O dirigente prevê que não haverá espaço para grandes novidades no pleito e que haverá um postulante apoiado por Lula e outro pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno. Para este último posto, os cotados são o deputado estadual Wallber Virgolino e o comunicador Nilvan Ferreira, ambos do PL.
A conta do dirigente do PT exclui do páreo dois petistas que já comandaram a capital. O primeiro é o deputado estadual Luciano Cartaxo e o segundo o ex-governador Ricardo Coutinho. Deles, Cartaxo é o que demonstra mais disposição para entrar na disputa. A grande resistência interna, neste caso, é pelo fato de o ex-prefeito ser visto internamente como aquele que “traiu” a sigla em 2015, quando migrou para o PV visando a disputa pela reeleição, em 2016. Isso faz com que parte da militância não confie no deputado e, por isso, acredite na necessidade de apoio a outra liderança.
Caso seja efetivada uma aliança entre Lula e Cícero haverá uma mudança histórica de rota, já que o progressista sempre esteve do lado oposto ao petismo. Em 2020, no entanto, houve um movimento calculado da militância petista que decidiu votar no atual prefeito para evitar uma vitória do candidato bolsonarista Nilvan Ferreira. Os dois foram para o segundo turno naquela época, com vitória de Cícero. O movimento agora tende a ser orgânico por causa da polarização. A conferir.