A exemplo do que fez Bolsonaro (PL) durante os quatro anos de governo, o presidente Lula (PT) parece repetir o mesmo modus operandi: procurar inimigos do país. Essa fórmula não deu certo com Bolsonaro e, certamente, é um tiro no pé do governo Lula. A justiça e a esquerda eram os alvos do ex-presidente. O mercado financeiro, o inimigo a ser combatido pelo PT.
Lula já culpou o mercado financeiro de travar o desenvolvimento econômico do país, já se envolveu na polêmica do teto de gastos, âncora fiscal de extrema importância para equilibrar as contas do governo. Agora, o mais novo alvo é o Banco Central. O governo critica a autonomia do BC e responsabiliza a instituição pelo alta dos juros no Brasil.
Uma tentativa de construir narrativas para justificar o desastre econômico que se prevê com aumento de gastos públicos sem contrapartidas para compensar o desarranjo fiscal. Reforma administrativa, enxugamento da máquina pública e privatizações são pecados capitais para o governo petista.
Lula não quer entender que essas ações de austeridade estão diretamente ligadas ao combate da tão temida inflação. Os juros altos aplicados pelo Banco Central é o “remédio” necessário para conter o descontrole da inflação, em grande parte, gerada pelo próprio governo. Lula precisa ter autorresponsabilidade e ser mais ativo nas questões econômicas ao invés de estar criando inimigos imaginários para justificar as próprias omissões.