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Presidente da OAB-PB repudia atos antidemocráticos, mas critica excessos de Alexandre de Moraes

O presidente da OAB da Paraíba, Harrison Targino, criticou com veemência os atos de vandalismo praticados, ontem, em Brasília e defendeu punição exemplar para os envolvidos. Entretanto, a crítica de Harrison não se limitou aos manifestantes. Ele também repudiou os excessos praticados pelo ministro Alexandre de Moraes.

“Não me agrada um ministro, seja ele qual for ter o poder tão acentuado de decretar a seu gosto uma abertura de inquérito, sendo ele mesmo seu promotor e seu juiz do mesmo fato. Sobre isso, já me manifestei no Conselho Federal da OAB quando era conselheiro me manifestando contrário àquele inquérito do fim do mundo. Acho que isso não cai bem na liturgia democrática. Creio que termos um encontro marcado entre o poder do Supremo e dos seus ministros”, argumentou.

Targino usou como exemplo prático a própria intervenção federal decretada pelo presidente Lula. De acordo com ele, o ato tem que passar pelo crivo do Congresso Nacional, todavia, o presidente da OAB questiona o poder excessivo do ministro do Supremo em afastar de forma monocrática um governador.

“O presidente da República fez uma intervenção na Segurança Pública do DF, mas para isso, teve que submeter seu ato ao Congresso Nacional, em 24 horas. Um ministro do Supremo, sem ouvir seu pares, de forma monocrática, tem o poder de afastamento num Estado. Acho que passada a crise, temos que sentar à mesa para repactuarmos a relação dos poderes” enfatizou durante entrevista à Rádio Arapuan.

Harrison Targino ainda mandou um recado: “alerto que os que gostam hoje (do excesso das decisões do ministro) que amanhã esse poder exacerbado de algum, pode voltar contra si. Aliás, quando da nomeação do ministro Alexandre de Moraes, eram setores da esquerda que criticavam a escolha porque o ministro já demostrava posturas autossuficientes. Hoje, é a direita que critica”, completou.

 

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