Eleito no último dia 8 como novo presidente do Consórcio Nordeste, o governador da Paraíba, João Azevedo (PSB), afirma que espera uma retomada das “relações republicanas” entre governo federal e estados, com a posse de Lula. Nesse curto período, já tivemos mais oportunidades de conversar com o presidente Lula. Ele nos ouviu [mais que Jair Bolsonaro em quatro anos].”
O consórcio do Nordeste se posicionou como adversário de Bolsonaro, principalmente durante a pandemia. “O Nordeste não teve a devida atenção exatamente pela posição política que adotou em 2018”, diz Azevedo.
Do mesmo partido do vice Geraldo Alckmin e aliado de Lula, Azevedo fala que espera mais avanços do Nordeste a partir de 2023 e cita o turismo e a produção de energias renováveis. O Nordeste não pode ser visto hoje como aquele de 50 anos atrás. Somos uma região que gera riqueza muito grande.
Confira trechos da entrevista exclusiva à coluna: Importância do consórcio O consórcio teve função importante enquanto órgão colegiado, que permite uma troca de experiências muito grande. A cada momento ele atuou de forma diferente. Na pandemia, foi fundamental para nortear as ações: criamos o comitê científico com pessoas de alto nível, auxílio de todas as universidades, que deu suporte técnico aos estados e isso nos levou a ter a menor taxa de mortalidade de covid-19.
Sem contar a criação do escritório de negócios, os projetos em conjunto, as riquezas e potencialidades apresentadas lá fora. Em janeiro deve haver uma reunião com todos os governadores reeleitos e novos para a gente definir, de forma colegiada e consensual, os caminhos que o consórcio precisa trilhar em 2023, dentro dessa relação nova que se estabelece.
Tratamento do governo federal ao Nordeste O Nordeste não teve a devida atenção exatamente pela posição política que adotou em 2018 —e ratificou em 2022. O Nordeste teve dificuldades. A Paraíba, por exemplo, mesmo com a nota “A” do Tesouro Nacional, com uma gestão fiscal e financeira estável, não conseguiu empréstimos com entidades financeiras nacionais. Não conseguimos uma assinatura a Caixa Econômica. Ao mesmo tempo, conseguimos com o Banco Mundial, com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), que têm até nível de exigência maior.
Assinamos quatro empréstimos internacionais, e nem um único com a Caixa porque sempre se criavam dificuldades. Definitivamente não houve, por parte do governo federal, interesse em uma relação minimamente republicana com o Nordeste.
Ministérios sem verbas Com o orçamento secreto, os ministérios praticamente ficaram sem investimentos. A gente procurava e sempre perguntavam se tínhamos emenda para colocar e fazer o projeto. A capacidade do governo federal ficou limitada. Tanto que você não teve nenhum grande programa de investimento, de habitação, de infraestrutura, de desenvolvimento social. Por isso, nossas idas a Brasília diminuíram significativamente porque não havia apoio para os projetos.
Encontro com Lula pós-eleição Tivemos uma reunião com o presidente Lula, e ele já agendou outra para janeiro com todos os governadores do Brasil. Especialmente no Nordeste, tivemos uma reunião na qual colocamos expectativas que temos da gestão dos próprios órgãos regionais: Banco do Nordeste, Chesf, Codevasf, Sudene. Eles precisam estar definitivamente afinados com os estados nordestinos. Mais contato com Lula do que com Bolsonaro? Sem dúvida, nesse curto período já tivemos mais oportunidades de conversar com o presidente Lula, ele nos ouviu [mais que Bolsonaro em quatro anos]. Até durante o período de campanha tivemos reuniões por duas vezes. E já agora depois das eleições essa.
1 comentário
Ademar Fernandes
Quero saber é onde está o dinheiro dos respiradores? Tardando uma de doido e vai ficar por isso mesmo? Ladrão gosta de outro!