O PSOL anunciou nesta quarta-feira (5) apoio ao projeto de reeleição do governador João Azevêdo (PSB). Em nota, a Executiva Estadual do partido diz reconhecer que a candidatura de João Azevedo é a única alinhada ao ex-presidente Lula e com possibilidade de enfrentamento às medidas do governo Bolsonaro”. Além disso, avalia que o voto em Pedro Cunha Lima (PSDB) “é a representação direta das oligarquias que contribuíram para o desmonte da Paraíba e para o sofrimento do povo”.
“É preciso, portanto, potencializar a candidatura do presidente Lula nesse instante, e para tanto, dentre as candidaturas que alcançaram o 2º turno, a de João Azevêdo é a que possui tais condições”, segue a nota. Apesar do apoio, o PSOL compreende que sinalizar apoio a candidatura de João Azevêdo não retira qualquer crítica feita pelo partido durante a disputa eleitoral no 1º turno, nem tampouco significa que o PSOL irá compor um futuro governo. “Compreendemos que se faz necessário neste instante se posicionar, ter responsabilidade com o que poderia representar a eleição de Cunha Lima e o avanço do bolsonarismo na Paraíba”, justifica.
Já a crítica em relação ao segundo colocado nas urnas é relacionada ao posicionamento de Pedro enquanto congressista. “Como Deputado Federal, é apoiador de Bolsonaro, votando com ele em todas as suas propostas antipovo. Cunha Lima votou com Bolsonaro na Deforma da Previdência e Trabalhista, votou no corte de verbas das políticas públicas ao apoiar a EC 95, foi favorável à cobrança de mensalidades nas Universidades Públicas e defende abertamente uma política privatizante do patrimônio público brasileiro, sendo assim uma candidatura inimiga do povo e contrária aos interesses da classe trabalhadora”, diz a legenda em nota.
O partido ainda faz uma análise do cenário geral em uma crítica ao comportamento da esquerda. “Infelizmente, esse avanço conservador e reacionário também é responsabilidade do hegemonismo de alguns setores da esquerda na Paraíba, que interditaram o fecundo debate iniciado pelo PSOL/PB ainda em 2021 na perspectiva de construção de uma Unidade Democrática pela Paraíba, objetivando a aglutinação de forças para superação da ultradireita que avança na Paraíba, e que agora, se confirma com o resultado das eleições. Estes setores da esquerda na Paraíba, ao optarem por divisões internas em seus partidos e por alianças com a histórica oligarquia local, inegavelmente fragilizaram todo o campo popular. Esse cenário, também revela a urgência da esquerda paraibana se refazer. A necessidade de apontar novas lideranças do campo popular, que venham assumir o papel histórico de derrotar a ultradireita no país e no Estado”.
Na análise da atuação da legenda nas eleições, o PSOL avalia que a chapa majoritária da Federação PSOL/REDE, com Adjany Simplicio para o Governo do Estado e Alexandre Soares para o Senado da República, cumpriu um importante papel nestas eleições, “propondo alternativas para o campo das esquerdas, enfrentando os temas mais urgentes da nossa conjuntura regional e nacional, apontando alternativas, e sobretudo, denunciando o projeto da ultradireita conservadora na Paraíba e também das oligarquias locais”.