A desistência do estudante de medicina Antônio Cristóvão de Araújo Silva Neto, o Queiroguinha (PL), de disputar o cargo de deputado federal foi divulgada neste espaço no dia 19 deste mês. No instante seguinte à publicação, um deputado influente, de outro partido, em contato com o blog, sentenciou: “o problema foi promessa vultosa de recursos versus frustração de expectativa”. Àquela altura, nas rodas políticas, as informações já eram de que o comandante do PL, na Paraíba, Wellington Roberto, deputado federal e candidato à reeleição, havia feito promessas que não poderia atender.
Queiroguinha, filho do ministro Marcelo Queiroga (Saúde), apenas silenciou. Com isso, um dos maiores defensores da reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL) saiu de cena e chegou a apagar postagens das redes sociais, segundo o apurado pelo blog. Aquela era apenas a ponta do iceberg que ganharia corpo dias depois, com vários outros postulantes dizendo, nos bastidores, que não permanecerão na disputa e acusando o mandatário do partido de fechar as torneiras. Todos estavam esperançosos em relação ao Fundão Eleitoral. Tinha candidato a deputado federal acreditando que receberia inacreditáveis R$ 1,5 milhão para a campanha.
Um dos principais nomes do partido para a disputa deste ano conversou com o blog. Pediu reserva da fonte e desfiou um rosário de críticas à condução do processo (e principalmente da partilha do dinheiro) na Paraíba. Disse que assumiu compromissos e que agora está tendo que atuar com pouca “munição”. As críticas são mais fortes entre os candidatos à Câmara dos Deputados, mas os estaduais andam bastante chateados. As primeiras informações sobre o fato foram publicadas pelo jornalista João Paulo Medeiros, do Blog Pleno Poder, no dia 23, e neste sábado (27), o jornalista Maurílio Júnior trouxe cópias de conversas no WhatsApp.
A seca de recursos ocorre em meio a especulações sobre o poderio do partido para as eleições deste ano. A sigla tem priorizado a reeleição de Bolsonaro e tem um candidato também ao governo do Estado, caso do comunicador Nilvan Ferreira. As projeções, entre os articulistas políticos, indicam que o partido não conseguirá fazer mais do que um deputado federal, o que é um perigo para a sobrevivência política de Wellington Roberto. Isso o estaria motivando a secar a fonte dos correligionários. O deputado silenciou sobre as cobranças dos aliados. O fato é que se os recursos não chegarem nos próximos dias, mais desistências virão.
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