A pandemia da covid-19 trouxe 1,42 milhão de brasileiros para o trabalho informal, conforme dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). O novo mercado, no entanto, apresenta dificuldades pela falta de acesso a créditos e investimento. Pré-candidato a deputado federal, o jornalista Heron Cid (PSB) esteve em Campina Grande, nesta terça-feira (17), e defendeu a criação de um programa próprio do Governo Federal que facilite o acesso do empreendedor ao crédito. Ele sugere um programa do Executivo, tal qual o Auxílio Emergencial, voltando para o microempreendedor e os comerciantes informais, como uma política pública de geração renda para esse momento crítico da economia do país.
O foco do programa seriam aquelas pessoas que não são alcançados pelas atuais políticas de crédito dos bancos e das instituições financeiras. Heron relata que tem viajado pela Paraíba e conversado com microempreendedores que compartilham da dificuldade para conseguir recursos para investir no próprio negócio. Valores que muitas vezes não chegam a R$ 5 mil, mas que não são oferecidos em nenhuma rede de crédito para quem tem seu pequeno empreendimento, é microempreendedor individual ou está ainda na informalidade e, muitas vezes, não tem como comprovar a renda.
“Existe hoje uma preocupação com políticas emergenciais, que são importantes, mas esquecemos das pessoas que querem oportunidades. Elas não querem auxílio, querem acesso, querem empreender, produzir e viver do talento. Falta um programa nacional próprio da administração direta do Governo Federal que seja desenvolvido para atender esse público, que é numeroso no Brasil”, pontua.
Conforme o jornalista, a política nacional deve ter acesso facilitado de créditos iniciais para que as pessoas iniciem seu negócio ou possam incrementar o serviço ofertado. Essas linhas de crédito devem ser desburocratizadas, com baixos juros e menos exigências, sendo mais descomplicada para o brasileiro que busca uma melhora financeira.
O comunicador ressalta que atualmente a legislação brasileira não auxilia o autônomo e ainda cria entraves que dificultam o desenvolvimento do negócio. O resultado são instituições financeiras que oferecem linhas de crédito com burocracia, altas taxas de juros e acesso reprimido. “Eu ouço depoimentos que constrangem. Temos uma nação inteira com a renda achatada. Há um novo mercado de pessoas saindo da iniciativa privada e empreendendo porque é o que resta, mas não encontrou crédito em lugar nenhum”, lamentou.
Sem acesso – De acordo com o Sebrae, subiu de 30% para 46% o volume de pequenos negócios que precisaram pedir empréstimos aos bancos durante a quarentena. Apesar do crescimento considerável, a taxa de aprovação aumentou apenas 2%, passando de 16% para 18%. Como resultado, 57% dos empresários que procuraram instituições financeiras não conseguiram acesso aos programas.