A bancada de oposição no Senado Federal protocolou nesta terça-feira (28) o pedido para abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com o objetivo de investigar suspeita de fraudes e corrupção no Ministério da Educação durante a gestão de Milton Ribeiro. O ex-ministro foi preso na semana passada durante uma operação da Polícia Federal.
O requerimento protocolado hoje conta com a assinatura de 30 senadores, a exemplo do paraibano Veneziano Vital do Rêgo (MDB). O líder da oposição, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que poderá chegar a 34 assinaturas, sete a mais do que as 27 mínimas necessárias.
Agora, cabe agora ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a decisão de instalar a comissão. Agências de notícias apontam que a tendência do senador é dar prosseguimento ao colegiado, afim de evitar o que aconteceu no ano passado, quando foi obrigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a abrir a CPI da Covid após segurar a abertura por meses.
Em abril, quando as primeiras denúncias de irregularidades no MEC vieram à tona, a oposição tentou avançar com o pedido de abertura da CPI, mas seus esforços foram atrapalhados pela base governista, que conseguiu retirar assinaturas do requerimento. O caso, porém, ganhou mais força na semana passada, após Milton Ribeiro ser alvo de uma operação da Polícia Federal.
Conversas do ex-ministro interceptadas pela PF indicaram que Bolsonaro pode ter avisado Ribeiro da operação. Em uma ligação à filha, o ex-ministro diz que o presidente tinha um “pressentimento” de que poderia haver um mandado de busca e apreensão contra Ribeiro.
Em outro áudio, a mulher do ex-ministro, Myrian Ribeiro, conta que ele já estava sabendo da operação. A conversa foi gravada no dia da prisão de Ribeiro.