O Ministério Público Federal na Paraíba (MPF-PB) está analisando um relatório de acompanhamento produzido pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) sobre as atividades que foram realizadas por técnicos da pasta no município de Lucena desde o ínicio da semana. Os profissionais foram à cidade para levantar dados sobre a vacinação irregular em crianças com doses contra a Covid-19 destinadas a adultos, divulgada em primeira mão pelo ClickPB na última sexta-feira (14).
De acordo com o documento obtido de forma exclusiva pelo portal, diversos lotes foram encaminhados a unidades de saúde do município com prazo de validade vencido por tempo de positivação de temperatura. Após análise de números da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS), a equipe constatou que doses da Pfizer com até 158 dias de vencimento – mais de cinco meses – foram aplicadas na população. Ao todo, 881 pessoas teriam recebido vacinas vencidas.
De acordo com a própria secretaria, o número de vacinados com doses vencidas pode ainda ser maior já que o Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), do Ministério da Saúde, ficou fora do ar em dezembro, permancendo um volume de fichas de doses aplicadas ainda não digitadas na plataforma.
“Conclui-se que todas as vacinas (dos lotes acima) aplicadas fora do prazo limite de validade
por temperatura estão inválidas. Sendo necessário avaliar cada situação, cartão vacinal, convocando a população para esclarecimentos, orientações e fortalecimento da vacinação para efetivação do processo de imunização”, diz a SES no relatório.
Fragilidades nas unidades de saúde
Outro ponto abordado no documento são as condições irregulares das unidades de saúde onde se conservam os imunizantes. As visitas foram realizadas nas unidades do Bairro Novo, Centro, Fagundes, Âncora, Costinha e Gameleira. Durante uma inspeção das equipes do governo, foram encontradas fragilidades, tais como:
Vazamento no teto;
Bobinas vencidas;
Refrigerador doméstico com excesso de gelo;
Imunobiológicos arrumados inadequadamente;
Excesso de imunobiológicos no refrigerador doméstico;
Caixa térmica sem registro de temperatura;
Caixa térmica com temperatura inadequada;
Arrumação de caixa térmica inadequada para utilizar imunobiológicos;
Sem suporte para descatex;
Excesso de seringas
Fonte: Lucena informa