O passaporte da vacina não para de gerar polêmica. Para os especialistas, a ideia de restringir a entrada de pessoas vacinadas com as duas doses em ambientes fechados é uma tentativa de forçar as pessoas a se imunizarem. Na Paraiba mais de 500 mil pessoas tomaram a 1ª dose da vacina contra a COVID-19, mas não voltaram para completar o ciclo vacinal.
Para o infectologista e diretor do Hospital Clementino Fraga, Fernando Chagas, o passaporte é o caminho para avançar na cobertura vacinal a fim de avançar no combate à pandemia. Além disso, o médico acredita que colocar apenas pessoas imunizadas em ambientes fechados vai ajudar a reduzir a transmissão do vírus.
“A ideia é colocar pessoas imunizadas em ambientes fechados reduzindo em quase 70% as chances pegar o vírus. Isso comparado com 100% de chances dos não imunizados é impactante demais. O passaporte vai forçar as pessoas a buscarem a 2ª dose e quinze dias depois a pessoa está imunizada”, defendeu.
Questionado se a obrigatoriedade da imunização não iria provocar um seletividade com prejuízos para a economia, Fernando Chagas entende que a ideia é exatamente o oposto.
“O que pode, de fato, prejudicar a economia é as pessoas demorarem a procurar a 2ª dose e a gente passar mais tempo sem alcançar uma cobertura vacinal muito ampla. Precisamos alcançar essa cobertura para deixarmos de usar máscaras e se tranquilizar mais. Na medida em queda gente força a buscarem, a gente também força a antecipar esse momento que a gente vai poder, enfim, tirar a máscara. Do ponto de vista da economia é até melhor quando a gente pensa a médio e longo prazo”, finalizou.