As manifestações de ontem organizadas pelo PT em algumas cidades do Brasil simbolizam o fracasso e decadência do lulismo nas ruas. A primeira evidência disso é ausência do próprio Lula no evento, principal liderança da esquerda no país. Com rejeição estratosférica e com receio de ser hostilizado nas ruas, a estratégia de Lula é a da preservação de sua imagem, totalmente combalida fora das hostes lulistas.
A segunda evidência, é a própria quantidade de pessoas que o PT, os movimentos sociais e parte da esquerda conseguem mobilizar. Um número muito pequeno se comparada às manifestações de 7 de setembro em favor do presidente Jair Bolsonaro. O ato do PT só conseguiu reunir oito mil pessoas na Avenida Paulista, segundo a PM. Bolsonaro sai fortalecido das ruas. O público de 7 de setembro foi de 125 mil, de acordo com a PM. O ato patrocinado pelo PT tinha a obrigação de colocar mais pessoas nas ruas, já que segundo as pesquisas, Lula tem liderança folgada em relação a Bolsonaro. Não foi isso que as ruas mostraram.
Além do fracasso de público, as manifestações revelaram a decadência da capacidade de articulação popular do PT, reflexo desde 2015 e 2016, nos atos contra o impeachment de Dilma e em 2017 e 2018 para tirar Lula da cadeia. Os fatos mostram a decadência do lulismo no Brasil. O evento de ontem foi tão decepcionante que nem teve tanto destaque na mídia, comparando-se com as manifestações em favor de Bolsonaro.
Outro fato que merece destaque é a truculência da militância petista, que não se recicla. Repetem as mesmas estratégias e conquistam mais ainda antipatia da opinião pública. O episódio com o presidenciável Ciro Gomes (PDT), que foi hostilizado e sofreu tentantiva de agressão retrata bem esse espírito. A agressividade é a essência da alma do lulismo. O saldo das ruas apontam um PT enfraquecido, que não consegue colocar gente na rua nem com Bolsonaro totalmente desgastado, segundo as pesquisas.