Apesar de todo planejamento da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, o retorno dos trabalhos presenciais na Casa de Epitácio Pessoa, após um ano e sete meses, foi marcado pelo vexame comportamental do cabo Gilberto, que participou da sessão quando havia um acordo para a liberação apenas dos deputados vacinados com as duas doses da vacina contra a Covid-19.
Sou contra a péssima mensagem passada pelo parlamentar ao não se imunizar. Revela a incapacidade de pensar no coletivo. Beira a infantilidade que só Freud, o pai da psicanálise explica. Como militar mostra total indisciplina e insubordinação. Deveria procurar os meios legais, jurídicos para contestar a decisão da Assembleia. Jamais desrespeitar ou afrontar seus pares. Uma imaturidade incompatível com o cargo que exerce.
Contudo, não se pode deixar de apontar falhas na Resolução, inconsistente, aprovada pelos deputados. O texto deixa claro que os servidores não vacinados com as duas doses estariam proibidos de entrar nas dependências do Legislativo Estadual, mas não deixa explícito que o mesmo se aplica aos deputados. Cabo Gilberto se agarrou nessa brecha. O caso será levado para o Conselho de Ética, mas do pronto de vista legal não tem como avançar.
Outro erro dos parlamentares foi não ter se solidarizado com os quatro deputados que se ausentaram da sessão por causa da presença de Gilberto no plenário. Em tese, a Mesa Diretora desrespeitou uma resolução sancionada por ela mesma. Inaceitável. A sessão jamais poderia continuar, deveria ser encerrada. Solitário, o cabo não teria os holofotes e a tribuna para desmoralizar a Casa.