O Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público da Paraíba, ampliou o leque de investigações sobre supostos desvios de recursos no governo do Estado a partir de 2011. O foco agora, como o afirmado anteriormente neste espaço, é o Detran. Informações repassadas ao órgão de persecução criminal apontam que o empresário Pietro Harley, preso na fase anterior da operação Calvário, intermediou vários negócios suspeitos no Departamento Estadual de Trânsito.
Outras figuras que se tornaram alvos de outras etapas da operação aparecem novamente nesta fase. Entre elas, está Coriolano Coutinho, irmão do ex-governador Ricardo Coutinho (PSB). Cori, como é popularmente conhecido, inclusive, se encontra preso, por ter descumprido medidas cautelares impostas pela Justiça. Nos depoimentos colhidos pelos promotores do Gaeco na atual fase da investigação, há a informação de que um empresário cearense interessado em fazer negócio com o Detran teve que pagar R$ 60 mil em propinas só para ser ouvido por Coriolano.
O intermediário da conversa, nesta fase, seria Pietro e o ex-prefeito de uma cidade paraibana. E tem mais. O interlocutor de Cori na conversa, segundo o autor do depoimento, seria o ex-vereador de João Pessoa, Renato Martins. O caso ainda está em fase de investigação e os promotores analisam, agora, a documentação repassada. Os colaboradores apresentaram elementos de prova e apontaram como outras podem ser conseguidas. A investigação segue e tem a operação do Detran como alvo.
Fases anteriores
As fases anteriores da operação Calvário apontaram suposto desvio de R$ 134,2 milhões dos cofres públicos através de contratos supostamente fraudados na Saúde e na Educação. O primeiro foi a atuação da Cruz Vermelha Brasileira no Hospital de Emergência e Trauma, em João Pessoa. Depois, com novas colaborações, chegou-se ao suposto esquema de desvio de recursos na compra de material didático. As investigações continuam.
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