O Blog do Anderson Soares teve acesso, com exclusividade, a uma declaração da ex-secretária de Administração do Estado e colaboradora da justiça, Livânia Farias, enviada à justiça, nesta segunda-feira (12), logo após a imprensa divulgar que a defesa do ex-governador entrou com ação no STF pedindo a anulação de sua delação e de Ivan Burity, ex-secretário de Turismo na gestão de Ricardo.
A defesa de Coutinho argumenta que o Ministério Público Estadual teria aproveitado o abalo psicológico de Livânia para pressioná-la a assinar o termo de colaboração premiada, o que configuraria a ilegalidade do acordo. Os advogados citam matéria veiculada na mídia nacional, na qual revelam trechos de cartas escritas por Livânia, se despedindo dos familiares.
Na declaração da ex-secretária, entretanto, ela nega qualquer tipo de pressão por parte dos promotores do Ministério Público e acusa seu advogado, à época, de entregar o diário pessoal, sem autorização, ao ex-governador Ricardo Coutinho. Livânia disse que teria pedido ao advogado para entregar o diário, com conteúdo de sua intimidade, a uma pessoa determinada por ela, mas não foi o que aconteceu.
“Tomando conhecimento de matérias jornalísticas de que o ex-governador Ricardo Coutinho objetiva anular minha delação junto ao Ministério Público, inclusive, trazendo trechos do meu diário, esclareço a verdade. No dia em que fui detida, um dos promotores de justiça que coordenava a ação, vendo que se tratava de um diário, me devolveu, tendo eu solicitado ao advogado que entregasse a uma pessoa determinada por mim. Soube que o advogado entregou meu diário, na noite daquele mesmo dia, na Granja Santana, ao governador João Azevêdo, estando presente naquele momento, Ricardo Coutinho”, diz Livânia.
A ex-secretária prossegue: “Poucos dias após a prisão, tomei conhecimento deste fato e solicitei ao advogado que fosse buscar o meu diário, o que de fato ocorreu, sendo este entregue a pessoa determinada por mim, dias depois. Os fatos insertos no diário dizem respeito a minha intimidade, não tendo autorizado ao advogado ou a quem quer que fosse, a divulgação ou repasse do conteúdo”, finaliza.
Veja a declaração no link abaixo:
Nota de Sheyner Asfora
“recordo-me que no dia que a senhora Livânia Farias foi detida o seu diário foi apreendido pelo Ministério Público e, em seguida, liberado por se tratar de algo pessoal. Ela então me pediu para entregar a uma pessoa que ela dizia se tratar da sua confiança. O que assim fiz! Não sendo verdade, portanto, a afirmação que ela faz que entreguei o diário ao governador João Azevedo”.