O ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) decidiu sair do ostracismo, no qual estava chafurdado após os escândalos de corrupção desnudados pela Operação Calvário e resolveu adotar nova estratégias política. De uns dias pra cá, Ricardo decidiu partir para cima dos adversários e tem chamado alguns deles para o “centro do ringue”. O principal deles é o governador João Azevêdo (Cidadania).
A estratégia do ex-governador é desconstruir a narrativa e a identidade de João com o campo progressista e de esquerda. Tanto é que produziu uma Fake news nas redes sociais sobre a intenção do governo de privatizar a Cagepa. Azevêdo, de imediato, veio a público desmentir a informação e alfinetou o socialista. Ricardo teme a aproximação de João com o ex-presidente Lula, formando um palanque forte para o petista na Paraíba e usará toda seu maquiavelismo para atrapalhar uma eventual aliança.
O problema é que o Ricardo de agora está, totalmente, enfraquecido. Sem o poder da máquina e respondendo a vários processo por corrupção e crimes eleitorais, o ex-governador só tem muito a perder nesse conflito com João. Com duas contas reprovadas pelo TCE, o futuro político de Coutinho, que insiste em ser candidato em 2022, passa pela análise de suas contas na Assembleia Legislativa, cuja maioria dos deputados faz parte da base política do governador. Caso confirmado o parecer do TCE pela reprovação, ele fica mais oito anos inelegível.
Nos bastidores, ainda há quem acredite que a briga entre João e Ricardo não passa de encenação. A estratégia de ataque ao governador reforça essa tese para alguns. Para outros, é puro desespero beirando o descontrole emocional do ex-chefe do executivo estadual. Pelo sim, pelo não, a decisão da Assembleia Legislativa em relação ao julgamento das contas de Ricardo vai responder todas as possíveis dúvidas. Uma coisa é certa: o futuro de Ricardo Coutinho está nas mãos de João Azevêdo, a quem o socialista decidiu atacar.