O médico paraibano Marcelo Queiroga, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, deu mais um passo rumo à indicação para o Ministério da Saúde. Ele é um dos nomes cotados para o cargo, junto com a também médica Ludhmila Hajjar, do Hospital Vila Nova Star, de São Paulo. A profissional se reuniu com o presidente por três horas neste domingo (14). Um dia depois, corre nos bastidores a informação de que ela dirá não ao presidente.
Queiroga e Ludhmila são cotados para substituir o atrapalhado ministro militar Eduardo Pazuello. As pressões políticas sobre o atual ministro, para quem o Nordeste fica no Hemisfério Norte, vêm se multiplicando por causa da pouca efetividade dele na compra de vacinas. Isso sem falar nas outras trapalhadas. Por conta disso, a opção favorita do grupo político que apoia o presidente é por um nome respaldado nacionalmente e que tenha como norte a ciência.
Neste Quesito, Queiroga surge bem posicionado. Tem boa relação com o presidente e transita bem entre os médicos brasileiros. O cardiologista integrou, como convidado, a equipe de transição dando apoio técnico na área da saúde. Mais recentemente, foi nomeado para assumir uma posição na diretoria da Agência Nacional de Saúde Suplementar. Queiroga disse que ouviu seu nome ventilado para o cargo pela imprensa: “O presidente conhece o meu trabalho”, disse.
A missão para quem for assumir o comando do Ministério da Saúde não será fácil, pelo momento vivido no País. Não custa lembrar que 278.327 pessoas já morreram e o presidente vem se caracterizando pela defesa de medidas estranhas à preservação da vida. Ele se mostra contra o uso da máscara e o distanciamento social, por exemplo. E isso no momento mais agudo da pandemia é de um risco tremendo para os brasileiros.
Marcelo Queiroga, caso seja escolhido, vai enfrentar problemas relacionados com a grande interferência do presidente no Ministério da Saúde. Isso minou a permanência de Henrique Mandetta e Nelson Teich e só não provocou abalo significativo em Pazuello porque ele se colocou como “ajudante de ordens” do presidente, segundo palavras dele próprio. Para ser escolhido vai ser preciso, ao paraibano, esperar ainda a saída do atual ministro do cargo.
Questionado pela Folha de São Paulo sobre o assunto, ele brincou ao descrever a situação: “um médico não assume o plantão de outro. É preciso deixar o lugar vago para o outro ocupar”, diz. Resta esperar, mas de fato, o país precisa de alguém no cargo com moral o suficiente para dizer ao presidente que a política praticada atualmente mata mais do que salva vidas.
Blog do Suetoni