Apesar da delação de Livânia Farias, ex-secretária de Administração do Estado, ser de 2019, novo conteúdo da colaboração premiada estão vindo à tona, agora, com as últimas fases da Operação Calvário. Trechos da delação citam um suposto pagamento de propina ao deputado federal, Wellington Roberto (PL), um dos parlamentares mais influentes do centrão e do governo de Jair Bolsonaro (sem partido).
Livânia revelou que formalizou um contrato de R$ 11 milhões com a editora HTC, de Brasília, para confecção de livros para a Educação. De acordo com Livânia, apesar do contrato ter sido publicado e empenhado, o então governador Ricardo Coutinho (PSB), se recusou a efetuar o pagamento por causa do valor e da baixa qualidade dos livros. A editora então decidiu entrar na justiça para receber o pagamento.
A delatora disse ainda que os deputados estaduais Caio Roberto e Trocolli Júnior a procuraram para liberação do pagamento, mas ela informou que o processo estava judicializado, portanto, não poderia fazer o pagamento. Entretanto, Livânia revela que após uma conversa entre Wellington Roberto e Ricardo Coutinho, recebeu a determinação do governador para liberar o pagamento e pagou o valor ao representante da HTC, identificado por Humberto.
A ex-secretária disse que Humberto afirmou que 50% do valor, ou seja, R$ 5,5 milhões foram entregues a Wellington Roberto e 25% ficou com ela e pessoas ligadas a ela, porém, não revelou os nomes. Ou seja, do valor do contrato, 75% foi para pagamento de propina, segundo relatos de Livânia.
Veja o trecho da delação: