Não há como ser diferente: o tema Convid-19, pelo trágico horror, continua catalisando as discussões globais. Então, a insistência não será abuso.
Primeiro, perceba-se, estupefato, a diametral visão de mundo e de comportamento em relação ao devastador vírus da morte. O Japão e vizinhos fizeram novo lockdown. A Europa, mesmo estando vacinando, está novamente fechada. Já a América toda está completamente aberta e enterrando mortos.
Só existe explicação para tanta discrepância na estupidez.
Na esteira da tragédia, chega à vacina e, com ela, certa euforia.
Mas aborde-se, aqui, essa questão com a seriedade que ela exige. A vacina traz alívio. Louve-se. Advirta-se, porém, que, se não houver outras falhas de percurso, somente vai cumprir seu objetivo para lá do segundo semestre de 2022.
São os comandos da matemática, do calendário e do planejamento.
Tome-se a Paraíba como exemplo. Nada a ver com autoridade estadual, que até tem se esforçado para conter a expansão do vírus. É a realidade nua e crua.
A população prioritária do Estado prevista no plano nacional de imunização é de 1.250.000 almas. Numa perspectiva bem positiva, seriam os beneficiados com vacina em 2021 e primeiros meses de 2022. Significa menos de 32% da população estadual.
Subtraindo-se o público formado por menores de 18 anos e grávidas, estimado, por cima, em torno de 25% (1 milhão), restaria, lá em 2022, quase metade da população a ser vacinada, bem distante do percentual 70% a 75%) para atingir a imunidade coletiva.
Diante destes dois quadros, difícil compreender porque no Brasil, e em toda América, a maior parte dos governantes não tem adotado, como na Europa, medidas fortes para frear o vírus. E salvar mais vidas. Antes, o que se vê é uma célere volta ao velho normal. E mais mortes.
A única vacina possível para a estupidez, sobretudo nos meios políticos, é a sensatez. Mas esta também está em falta no mercado. Aliás, pouco se fabrica. Nem na China.