A Paraíba ficou escandalizada, horrorizada e envergonhada com o gesto desumano, mesquinho, primitivo e até infantil do suplente de senador Ney Suassuna direcionado ao senador José Maranhão, com o qual se imaginava que Ney tinha uma relação, ao menos, respeitosa. Ledo engano. O comportamento chamou a atenção e foi reprovado até pela imprensa nacional, que repercutiu o caso.
Carl yung, pai da psicologia analítica, nos traz dois conceitos que nos ajudam a entender atitudes e gestos semelhantes ao de Ney: o arquétipo da persona (personagem) e da sombra. A persona é a máscara que se usa para impressionar as pessoas e impor uma imagem desejável. A sombra é o lado escuro da nossa psique. É o submundo da nossa mente que contém os sentimentos mais primitivos.
Aplicando ao caso em análise, podemos compreender que o gesto obsceno de Suassuna expressa sua natureza psíquica. Sob os holofotes, a imagem do bom mocinho, do companheiro, do amigo e até do religioso que faz preces pela recuperação do “amigo”. A persona ou o personagem em ação. No entanto, ao presumir que não estava sendo gravado, a sombra – que tanto tentou esconder – revelou-se. Enquanto os paraibanos – ou pelo menos grande parte – torcem pela recuperação de Zé Maranhão, Suassuna expressou em gestos, o fim que deseja para o senador.