O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) deu um péssimo exemplo para o Brasil e para o mundo quando declarou, durante entrevista a Datena, que não tomará a vacina contra COVID-19. Enquanto líderes mundiais se esforçam para a população se imunizar contra a doença, Bolsonaro de forma infantil e imatura, incentiva os brasileiros através de seu exemplo, a não tomarem a vacina. Uma irresponsabilidade sem precedentes.
Já não bastasse essa postura lamentável, Bolsonaro sugeriu que o cidadão assine termo de consentimento para isentar a União de responsabilidades por eventuais efeitos colaterais da vacina. Isso chega a ser ridículo. É óbvio que a Anvisa, agência reguladora, só pode liberar a vacina se houver a comprovação científica da eficácia e segurança do imunizante. Portanto, não há de se falar em riscos. Caso haja, a Anvisa é quem deve ser responsabilizada, já que foi a avalista.
Contraditoriamente, enquanto coloca em xeque os riscos de vacinas, cientificamente, aprovadas pelas agências reguladoras mais rigorosas do mundo, como a FDA, dos EUA, o presidente voltou a recomendar o uso da hidroxicloroquina e ivermectina como forma de prevenção da doença. Os medicamentos não previnem a COVID-19, atestam os cientistas de todo mundo. Não dá pra entender a ideia obsessiva do presidente em relação a esses remédios.
Porém, num ponto concordo com o Bolsonaro: ninguém deve ser obrigado a tomar a vacina, inclusive, ele. Esse deve ser um trabalho mais de conscientização do que de coerção. As pessoas devem ser convencidas da importância da imunização para extirpar o vírus. Acredito que teremos mais dificuldades em vacinar toda a população por questões de logística e quantidade de vacinas disponíveis do que pela recusa em imunizar-se.