O ex-governador Ricardo Coutinho (PSB), contestou, nessa sexta-feira (13), durante entrevista à Rádio Sanhauá, a versão do Ministério Público Estadual, sobre a apreensão de uma agenda, na 7ª fase da Operação Calvário, na qual tratava de supostos pagamento de propina ao radialista Fabiano Gomes (R$ 30 mil), identificado na lista pelas inicias FG e ao jornalista Luís Torres (R$ 100), identificado pelas inicias LT.
De acordo com o socialista, as anotações se referiam a supostos desvios de recursos na Secretaria de Comunicação do Estado (Secom). Sem citar nomes, o ex-governador explicou que recebeu a visita de um delator da Operação Xeque-Mate, denunciando supostos superfaturamento na contratação de serviços de palco e tendas para solenidades de inauguração do Governo do Estado e, também, pagamentos ilícitos operacionalizado por Fabiano Gomes para distribuição com alguns colegas da imprensa.
“Eu recebi a visita, por três vezes, de um delator da operação lá de Cabedelo. Nessa visita eu percebi, que nenhum delator viria falar comigo se não houvesse a aquiescência do Ministério Público. Ele me trouxe uma série de relatos. Relatos da Secom. Primeiro sobre a história do lixo de Cabedelo. Ele dizia que o lixo dava R$ 30 mil para um determinado radialista (eu conto o nome na justiça) que eu escrevi no papel e esse radialista tirava uma parte e distribuía para coleguinhas, o famoso “couro de rato”, R$ 500,00 para um, R$ 300,00 para outro e me disse o nome de quem distribuía, eu anotei. Em seguida, falou de retornos de dinheiro dentro da Secom. Por exemplo, você sabe que eu nunca usei palco, usava um tablado de 30 cm para todo canto que eu ia porque é mais barato e fazia a inauguração com duas caixas de som. De acordo com esse delator, que na época trabalhava na Secom, o empenho saía como sendo de um palco grande e esse dinheiro voltava e eu fui anotando isso. É isso que está lá (nas anotações). Eu anotei suspeitos mal feitos de outros”, declarou.
Ricardo afirmou ainda, que o delator, chegou a alertá-lo sobre uma tentativa de incriminá-lo com as supostas denúncias, mas o ex-governador disse que orientou o orientou a contar tudo que sabia à justiça. “Aí quando você abre a denúncia vem dizer que eu comandava tudo isso. Ora, eu anotei uma denúncia contra os outros e o Gaeco sabe disso. O entrevistador questiona se as inicias L.T contidas nas anotações se referiam a Luís Torres, como sugere o MP, e Ricardo desconversa. “Aí eu falo na justiça. Me perguntem. Por que o Ministério Público não me chama? Eu quero que me perguntem sobre os detalhes. Eu quero ter a oportunidade de falar para esclarecer”, finalizou.
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