O deputado federal, Damião Feliciano (PDT), polemizou nesta sexta-feira (7), ao declarar que o pedido de impeachment protocolado essa semana na Assembleia Legislativa é um golpe contra a democracia, já que pretende destituir o governador João Azevêdo (Cidadania) e a vice-governadora, Lígia Feliciano). Durante entrevista ao Hora H, da Rede Mais de Rádio, transmitido em João Pessoa pela Rádio POP FM (89.3 FM), Damião explicou que não há crime de responsabilidade para substanciar o pedido de impeachment é mesmo que houvesse, a vice-governadora jamais poderia ser responsabilizada.
“Vou falar como uma pessoa experiente e como o processo é legislativo, também como deputado federal. O caso não é grave, não. É muito grave o que está acontecendo a questão da democracia desse estado. Para que se entre com um processo de impeachment contra o governador é preciso que ele tenha cometido um crime de responsabilidade. Pelo que eu vejo do processo que foi colocado não há crime de responsabilidade. Colocaram embutido dentro desse pedido o impeachment da vice-governadora porque ela seria co-responsável. Não existe esse figura na legislação. Isso nunca aconteceu nesse país. Quando o presidente Collor teve um impeachment foi por responsabilidade dele. Quem assumiu? O vice-presidente Itamar Franco. Agora recentemente vivemos o impeachment da presidente Dilma. Quem assumiu? O vice-presidente Michel Temer. Aqui na Paraíba eles colocaram o governador João e por baixo do pano, a vice-governadora”, argumentou.
Para Damião, presidente da Assembleia Legislativa Adriano Galdino (PSB) de estar por trás da manobra, já que seria o maior beneficiado direto com o cargo de governador, caso o impeachment seja concretizado. Feliciano estranhou o fato de Galdino enviar o pedido para a análise da procuradoria jurídica da ALPB. ” Está tendo um golpe na Paraíba, está tendo uma manobra, estamos identificando. Estou dizendo que o beneficiado é o presidente da Assembleia, ele assumiria o governo do Estado. O mais grave ainda desse processo já está acontecendo. Quarta-feira foi dada entrada o processo, cabe ao presidente analisar para dar provimento ou não. O que foi o que o presidente fez? Colocou o processo para andar. Colocou o processo na assessoria jurídica, já deu consentimento. Se o presidente negar o processo da assessoria, já se pode recorrer ao plenário. Ou seja: esse processo já está em andamento. A gravidade é que daqui a 15 dias, se esse processo andar, o governador seria Adriano Galdino. Acredito que galdino não vai admitir que isso aconteça. isso é um golpe absurdo. A peça não tem fundamento nenhum. Nem para derrubar o governador, nem muito menos a vice-governadora. Como ela pode responder uma atitude, por acaso, se o outro tivesse cometido?”, finalizou.
Redação com informações do MaisPB