O Ministério Público Federal (MPF) considerou que o jornalista Bruno Pereira Vieira, investigado durante a 4ª fase da Operação Recidiva, não tinha conhecimento das fraudes que ocorriam na Prefeitura de Ibiara, onde atuava como assessor de comunicação. Após a operação, o jornalista foi afastado das funções, mas ele não foi denunciado pelo MPF.
O trecho da denúncia que fala da participação do jornalista aponta que ele atuava na lavagem de dinheiro, realizando depósitos e entregando dinheiro por ordem de seu superior, sem ter conhecimento, porém, da trama criminosa.
O jornalista falou sobre a decisão em seu Instagram:
“Desde o último dia 20 de novembro passei a viver um momento de muita turbulência ao ser citado em uma operação da Polícia Federal. A PF está correta ao investigar! Logo, breve, ao final do inquérito eu falo com vocês CADA DETALHE! VOU PROVAR que estou pagando um preço muito alto de uma situação que não fiz. AGUARDEM! Deus é justo! Respeito e acredito das autoridades.
Infelizmente vivemos em uma sociedade onde se existe um tribunal popular que nos condena por antecipação. Primeiro somos condenados, depois eles nos julgam. Só eu sei as consequências que estou sofrendo. São irreparáveis os dados a imagem e a moral. Mas creio em Deus e no tempo.
Em virtude da citação na operação, fui colocado de férias pela empresa que eu trabalhava. O veredito final eu já sabia. No dia do natal, recebi o comunicado oficial que estaria sendo demitido do Sistema Correio.
Jamais fico triste por ser demitido do trabalho, isso faz parte de um processo natural da vida. Sair de onde eu saí, quebrar as barreiras que já quebrei, isso não me abala para erguer a cabeça e ir em busca de uma nova oportunidade para tocar o projeto de alguém que é cheio de fé e vontade para vencer na vida. Algo me causa angústia é a maneira como as coisas estão se dando. Estou tendo consequências graves por algo que NÃO FIZ.
Quero me dirigir ao Sistema Correio com o sentimento de GRATIDÃO! Desde pequeno sonhei em fazer carreira na comunicação e foi um desejo realizado trabalhar nessa que é umas das emissoras mais importantes da Paraíba. No Correio eu tive oportunidades incríveis.
Em 2015, ainda estudante, comecei para tirar férias como auxiliar de programa de rádio. Degrau por degrau, recebi e cumprir várias missões até se tornar âncora no rádio e repórter e apresentador na televisão.
Ao direção geral e todos os meus diretores, muito obrigado pela confiança e oportunidade. Um abraço em cada amigo que aí deixei.
Aos meus ouvintes do rádio e telespectadores da TV, vocês me surpreenderam com tantas mensagens e ligações de carinho e preocupação. Amo vocês!
No livro da vida, vivemos vários capítulos. Esse é mais um que que finaliza. O lápis e o papel já estão em minhas mãos.”
Veja o documento do MPF:
O MPF denunciou o prefeito da cidade de Ibiara, Francisco Nenivaldo de Sousa, o engenheiro Sérgio Pessoa Araújo e o autônomo Francisco Amilton de Sousa Júnior, por suspeita de envolvimento em fraudes na execução de dois convênios entre a prefeitura e a Fundação Nacional de Saúde (Funasa). De acordo com as investigações, os convênios somariam R$ 1 milhão e seriam destinados a melhorias sanitárias em domicílios.
A prefeitura do município teria contratado a empresa SPA serviços, projetos, assessoria, criação e produção de camarão, peixes e crustáceos LTDA para elaboração do projeto. O empreendimento seria administrado, de fato, por Sérgio Pessoa Araújo. Os recursos para a elaboração do projeto teriam sido recebidos e repassados aos investigados. O prefeito Francisco Nenivaldo teria recebido R$ 13 mil.
O MPF denunciou também dois ex-prefeitos da cidade de Catingueira, José Edvan Félix e Albino Félix de Sousa Neto (sobrinho de Edvan). Conforme a denúncia, o município teria firmado um convênio de R$ 430 mil com a Funasa em 2014, para a execução de serviços sanitários em domicílios. As obras foram contratadas por uma empresa, mas teriam sido assumidas pelo ex-prefeito Edvan Félix. Foram pagos R$ 206 mil pela obra, mas apenas pouco mais de 4% dos serviços foram executados.
José Edvan está preso preventivamente desde o fim do mês passado e ele já é condenado a 41 anos de prisão por suspeita de envolvimento em fraudes, segundo o MPF.
A 4ª fase da Recidiva
A 4ª fase da Operação Recidiva foi deflagrada em novembro e cumpriu 15 mandados de busca e apreensão, além de cinco mandados de prisão e um mandado de afastamento de função pública. As licitações fraudadas ultrapassam o valor de R$ 5,5 milhões e foram realizadas nas cidades de Ibiara, Santo André, Catingueira e Triunfo.
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