O membro do diretório estadual do Partido dos Trabalhdores (PT), Basílio Carneiro,teceu críticas à postura do presidente estadual da legenda, Jackson Macedo, no tocante a declarações dadas por este sobre o pleito municipal de 2020, na capital do estado.
Macedo voltou a defender o nome do ex-governador Ricardo Coutinho (PSB) para a disputa eleitoral vindoura em João Pessoa.
Basílio Carneiro,no entanto,evoca o direito de diretoriano, que ainda é (não faz parte do futuro diretório, que tomará posse em breve), para dizer que o momento atual do PT é de afirmação, e de reafirmação do seu projeto político, e que a fala de Jackson vai de encontro à essa necessidade.
“É importante lembrar ao companheiro Jackson,que sobretudo agora que o nosso líder Lula está livre e a percorrer o Brasil, o PT precisa se afirmar como grande força política da Paraíba, e isso passa já por uma posição de protagonista no pleito de 2020. Falar em apoio a outro projeto,já agora,desvia desse caminho”, asseverou Basílio.
Ele foi além na sua observação e fez questão de manifestar sua solidariedade a Giucélia Figueiredo, que presidirá o futuro diretório municipal do partido na capital. Na opinião de Carneiro, a fala de Jackson “deslegitima” o diretório municipal, que é a instância adequada para as discussões e deliberações do partido no tocante à eleições municipais.
“Fico solidário com a companheira Giucélia Figueiredo, pois a fala de Jackson Macedo desrespeita e tenta deslegitimar a autonomia do diretório municipal”, disparou.
Seguindo com suas reflexões Basílio voltou a dizer que o PT não pode ter uma posição dúbia diante do que ele já considera um rompimento entre as principais lideranças do PSB no estado, nas pessoas de Ricardo Coutinho e João Azevedo. Ele coloca que “ou o PT fica solidário com o governador João Azevedo,ou aponta pra Ricardo em 2020. Não dá pra fazer as duas coisas”.
Ao endurecer o tom da crítica,Basílio recorre à sua memória de cientista político, para dizer que Jackson Macedo desviou das diretrizes partidárias,ao lembrar o processo eleitoral de 2012,quando O PT apresentou o candidato Luciano Cartaxo (à época no partido) e Jackson decidiu seguir a candidatura de Estela Bezerra, do PSB,por solidariedade a Ricardo Coutinho que,segundo ele, houvera traído Luciano Agra.
“Agora em 2019, vemos que Jackson já aponta a tendência de repetir o gesto, mas isso não me surpreende,pois ele costuma se posicionar ao lado de quem trai”, disparou.
Lembrando outro episódio recente, Basílio questiona a lealdade do então governador Ricardo Coutinho para com o PT. Ele diz que em 2012,estava o partido com duas secretarias no governo (cota partidária), quais sejam a Companhia Docas e a Secretaria de Agricultura Familiar, ocupadas respectivamamente por Lucélio Cartaxo (á época filiado ao PT) e Lenildo Morais,e que, quando vagas (Lucélio saiu do PT e entregou o cargo, e Lenildo assumiu a prefeitura de Patos),o então governador Ricardo Coutinho não estabeleceu diálogos com a legenda e as lacunas foram preenchidas por integrantes de outros partidos.
“Será que Jackson lembra disso?”,pergunta.
Arrematando, Basílio diz que o correto é o partido continuar no apoio ao governo de João Azevedo, que é o projeto que o PT ajudou a construir.
“Vamos continuar no projeto vitorioso.Quem saiu foi Ricardo”, finalizou.