A deputada Estela Bezerra (PSB) é a primeira política com mandato a ser alvo das investigações da Operação Calvário. A justiça quer aprofundar as investigações sobre uma suposta influência de Estela na indicação de sua chefe de gabinete, Mayara de Fátima Martins de Souza, como presidente da Cruz Vermelha na Paraíba.
De acordo com despacho do desembargador Ricardo Vital, há indícios de ligações criminosas entre a deputada e o empresário Daniel Gomes, responsável pela Cruz Vermelha e pelo IPCEP (Instituto de Psicologia Clínica Educacional Profissional), apontado nas investigações como o chefe da organização criminosa que desviou recursos da saúde do Estado.
Em seu despacho, o desembargador Ricardo Vital questionou o motivo pelo qual levou Daniel Gomes a colocar Mayra como presidente da Cruz Vermelha, mesmo estando lotada na Chefia de Gabinete da parlamentar. Além disso, o magistrado ressalta que as investigações revelam que Daniel Gomes estava implantando a venda de bilhetes premiados (bilhete da sorte), patrocinado pela LOTEP, órgão do Estado, e teria recebido do governo um imóvel para funcionar como sede da Cruz Vermelha.
Segundo aponta o despacho, o contexto aponta para influência de Estela junto ao governo para uma suposta obtenção de vantagens em relação ao imóvel. Em contrapartida, a suspeita é que a deputada tenha feito indicações no IPCEP, como supostamente fez na Cruz Vermelha paraibana, através de Mayara. Diante dos indícios, o desembargador determinou o aprofundamento das investigações em relação à socialista.