O prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PV), tratou de sepultar a tese propagada por aliados do ex-governador, Ricardo Coutinho (PSB), sobre uma suposta aliança entre as duas lideranças políticas visando as eleições municipais. Em entrevista à imprensa, Cartaxo descartou aproximação com Ricardo e reafirmou a disposição do seu partido em lançar candidatura própria.
Rompido com João, Ricardo sabe que precisa se reaproximar de uma liderança como Cartaxo para sair do isolamento político. A história mostra que o ex-governador sempre teve que se aliar às tradicionais lideranças para conseguir êxito eleitoral. Foi assim para chegar a Prefeitura de João Pessoa. Teve que contar com o apoio de Maranhão. Em 2010 não foi diferente. Se aliou a Cássio para conquistar o Governo do Estado. Em 2014, precisou do apoio de Cartaxo para não perder a eleição no primeiro turno para Cássio. Conseguiu o apoio decisivo de Maranhão para ganhar no segundo turno.
Visando retornar ao Governo do Estado, em 2020, Ricardo sabe que o caminho passa pela conquista do comando da Prefeitura da capital. A tese jogada no asfalto por aliados do socialista chega a ser ridícula. Uma chapa com Ricardo na cabeça e um vice indicado por Cartaxo. Ricardo sairia candidato a governador em 2022, deixaria um aliado de Cartaxo na PMJP e o prefeito seria o candidato de Coutinho ao Senado. Uma ideia megalomaníaca do ex-governador.
Primeiro, uma tese totalmente centrada na figura do ex-governador, onde o capital político de Cartaxo e seu grupo fica em segundo plano, restando como prêmio de consolo para o atual prefeito a indicação do candidato a vice. Segundo, Cartaxo, serviria de escada, mais uma vez, para levantar Ricardo do seu pior momento político como fez em 2014 e receber a ingratidão de 2016? Outra: a gestão de Cartaxo seria tão desastrosa a ponto de abrir mão de lançar um nome que defenda o modelo de gestão implementado por ele e bem avaliado na capital?
Por fim, se tiver nos planos do prefeito em lançar-se candidato ao Senado, em 2022, como sugere a “criativa tese”, seria mais interessante aliar-se a Ricardo, isolado politicamente e com o nome maculado pela Operação Calvário ou se unir ao governador, que concorrerá à reeleição sentado na cadeira e com todo poderio que a máquina oferece? A resposta é mais do que óbvia.