O deputado federal Pedro Cunha Lima (PSDB) usou a tribuna da Câmara, nesta terça-feira (13), para pedir ajuda dos parlamentares na coleta de assinaturas para a apresentação da ‘PEC dos Penduricalhos’. A Proposta de Emenda à Constituição, de sua autoria, pretende acabar com os auxílios creche, mudança, livro, saúde, alimentação ou qualquer outro para quem recebe mais de 1/4 do salário do ministro do Supremo (aproximadamente R$ 10 mil). Ele já coletou 151 das 171 assinaturas necessárias, faltando apenas 20 para que a proposta possa ser protocolada na Casa.
“Tenho colhido assinaturas para a ‘PEC dos Penduricalhos’, que simplesmente acaba com todo tipo de auxílio para quem recebe aproximadamente mais de R$ 10 mil. Aí vão me dizer: ‘Ah, mas não pode, é exagerado’. E nós não conseguimos mexer no abono salarial? Quer dizer que mexer no abono salarial de quem recebe dois salários mínimos dá, em nome do ajuste fiscal, em nome do equilíbrio das contas, mas mexer no auxílio-creche do Procurador, que recebe R$ 30 mil, não? Isso não dá? Não há mais como discutir isso”, defendeu.
Para Pedro, essa é uma pauta urgente que tem o objetivo de contribuir com a diminuição das desigualdades sociais, atingindo diretamente a redução do custo da máquina pública e cortando privilégios de autoridades. Ele citou notícia veiculada no jornal “Estadão” sobre gasto de R$ 727 mil na reforma de um imóvel de um ministro do Supremo Tribunal de Justiça (STJ). O gasto, segundo ele, incluía reforma na área da churrasqueira, piscina com painel solar e R$ 34 mil só com ar condicionado.
“Parece que existe um Brasil para a reforma da previdência, do cidadão comum, e um Brasil completamente diferente para a reforma do imóvel do STJ. E falo do STJ, mas poderia falar desta Casa também. Esta é uma realidade que não está apenas no Poder Judiciário. Quem está lá pode dizer que a Câmara é o segundo Parlamento mais caro do mundo. Paga auxílio mudança para um deputado reeleito. Veja que coisa difícil de digerir!”, completou.
Ele lembrou ainda do juiz do Mato Grosso que, em um mês, ganhou R$ 500 mil e lembrou ainda os super salários, que custam mais de R$ 20 bilhões por ano aos cofres públicos brasileiros. O deputado denunciou ainda que o Palácio do Planalto empregue dez vezes mais que a Casa Branca e que, no Brasil, procurador da República receba auxílio-creche, enquanto menos de 30% das crianças mais pobres do País, tenha vaga na rede de ensino infantil pública.
“A gente não está conseguindo ver isso aí, não? A gente não conseguiu realizar a reforma da previdência, que mexe com a vida de todo mundo? Peço, então, apoio à ‘PEC dos Penduricalhos’, com esse sentimento de uma mentalidade nova que precisa tomar conta do nosso País. Essa mentalidade já toma conta dos brasileiros, falta só chegar aqui, para que nós acabemos com todo tipo de auxílio para quem recebe mais de R$ 10 mil”, reforçou.