Ricardo Coutinho talvez não tenha calculado que sem mandato perderia todo poder, prestígio e influência que gozou nos últimos 15 anos na Paraíba, quando foi prefeito de João Pessoa e governador. Sem o poder da “caneta”, Ricardo está sentindo na pele a realidade de se tornar um simples cidadão mortal como outro qualquer. Até dentro do seu próprio partido, os aliados já começam a enxergá-lo desta forma. Não consegue amedrontar nem mais o dogmático seguidor.
Isso ficou evidente na resposta dada pelo presidente do PSB e secretário Chefe de Governo, Edvaldo Rosas, em relação ao movimento liderado por Estela e Cida- discípulas de Ricardo – com o objetivo de defenestrar Rosas do comando do partido e dá-li ao ex-governador, após João Azevêdo nomeá-lo na equipe de governo e iniciar um processo de disputa pelo controle do PSB com Coutinho.
Em nota à imprensa, Edvaldo decidiu peitar Ricardo. Argumentou que não havia motivos para deixar a Presidência do PSB, até porque a sigla cresceu, exponencialmente, em números de vereadores, prefeitos e deputados, na gestão dele. Um duro golpe para o ex-governador, que se comporta como uma espécie de divindade no Jardim Girassol (o deus das grandes invenções na Paraíba), digno de adoração e total submissão dos seus fiéis seguidores. Porém, ele ainda não entendeu que perdeu a “caneta que opera milagres”.