Ainda há quem trabalhe, nos bastidores, para uma reconciliação entre o governador João Azevêdo e o ex-governador Ricardo Coutinho. Mas até esses sabem que é extremamente complicada a reaproximação. A desconfiança mútua é latente. Além das mágoas. A desconfiança foi construída a partir do episódio da Operação Calvário, onde Ricardo esperava uma atitude enérgica de João no sentido de impedir o avanço das investigações.
Outro fato que consolidou o sentimento foi a postura do governador em relação ao G-11. Coutinho queria que Azevêdo defenestrados o grupo, o que não aconteceu. Pelo contrário, o governador enfatizou que o G-11 é base governista. A gota d’água seria a nomeação de Edvaldo Rosas para Secretaria Chefe de Governo sem combinar com Ricardo. O ex se sentiu traído.
O episódio da intervenção no PSB paraibano foi o reflexo dos sentimentos nocivos nutridos por Ricardo nesses sete meses de governo. Foi a atitude mais avassaladora, o golpe mortal na relação com João. Deixou sequelas que dificilmente serão sanadas. Segundo pessoas próximas aos dois, Ricardo percebeu que fez o movimento errado, exagerou na dose, tanto é que tenta afagar Azevêdo. Ofereceu de volta o partido a Rosas, mas o governador está irredutível. Segundo os mais próximos, só milagre pode salvar essa relação.