A intervenção da Direção Nacional do PSB no Diretório do partido na Paraíba revela a face mais sórdida, maquiavélica e ditatorial do ex-governador Ricardo Coutinho. Ele mostrou que para conquistar os seus mais egocêntricos objetivos, é capaz de tramar de forma sorrateira, a destituição de um Diretório, legitimamente, eleito no voto. Mostrou que não tem limites quando o objetivo é ganhar uma “queda de braço” e mostrar força.
Seguiu de forma eloquente os ensinamentos de Maquiavel ao mostrar que o líder não deve ser admirado ou respeitado, mas temido. Foi com o tom de ameaça, barganha, pressão e constrangimento que, supostamente, conseguiu a renúncia coletiva de integrantes do Diretório da legenda e a intervenção da Executiva Nacional, colocando em prática mais um ensinamento maquiavélico: “Os fins justificam os meios”, por mais horrendos que sejam.
A intervenção, se é que de fato existe – pois não foi instituído os membros da comissão provisória – pode até significar mais uma vitória política de Ricardo, pois mostrou força e prestígio junto à Direção Nacional do PSB, Já que é um dos personagens mais destacados do partido em nível nacional, mas se apequenou. Se acovardou em não ir para disputa, no voto, com Edvaldo Rosas. Ganhou no tapetão, no golpe mesmo. Uma nódoa na sua imagem e em seu discurso de democrata.
Uma das vozes mais eloquentes contra o “golpe” no PT foi, ironicamente, quem aplicou golpe mortal na democracia interna do PSB paraibano. Ricardo mostrou que é um coronel da política – no mais deplorável estilo “eu mando, eu posso, eu quero” – revelando seu caráter autoritarista. Não havia motivos para o comportamento obsessivo compulsivo pelo comando do PSB. Não havia ameaças à sua liderança, muito menos ao “projeto”. Tinha legenda garantida para disputa pela PMJP. Apesar de tudo isso, preferiu radicalizar e macular sua história política: De líder, a interventor ou golpista.