O relatório final da operação Xeque-Mate trouxe o indiciamento de 20 pessoas e detalhes sobre o esquema criminoso comandado pelo ex-prefeito Leto Viana (PRP). O ex-gestor, em depoimento, admitiu para a Polícia Federal ter participado da articulação para comprar o mandato do ex-prefeito Luceninha. José Maria de Lucena Filho teria vendido efetivamente o espaço na prefeitura, abrindo espaço para a posse de Leto com a condição de atrapalhar a instalação, em Cabedelo, do Shopping Pátio Intermares, atendendo interesse do empresário Roberto Santiago. O relatório traz também o indiciamento do atual prefeito, Vítor Hugo (PRB), que assumiu o mandato com a saída de Viana do cargo.
Os indiciados na fase atual da Xeque-Mate foram Wellington Viana França, Roberto Ricardo Santiago Nóbrega, José Maria de Lucena Filho, Antônio Bezerra do Vale Filho, Márcio Bezerra da Costa, Aliberto Florêncio de Oliveira, Rosivaldo Alves Barbosa, Josué Pessoa de Góes, Antônio Moacir Dantas Cavalcanti Júnior, Francisco Rogério Santiago Mendonça, Fabrício Magno Marques Melo Silva, Reuben Cavalcante, Fabiano Gomes da Silva, Severino Medeiros Ramos Filho, Kelnner Maux Dias, Gilvan Oliveira Lima do Rego Monteiro, Lindiane Mirella Alves de Medeiros e Vítor Hugo Peixoto Castelliano. Todos poderão ser denunciados pelo Ministério Público da Paraíba, para onde foi remetido o relatório final da operação.
Nos depoimentos prestados à Polícia Federal, Leto Viana deu detalhes sobre a operação para a compra do mandato de Luceninha. Contou como se deu a participação do empresário Roberto Santiago, atualmente preso. Tratou da articulação feita pelo radialista Fabiano Gomes, durante a articulação. O ex-prefeito é acusado de corrupção passiva e peculato. Já Luceninha foi relacionado em crime de integração de organização criminosa e corrupção passiva. O atual prefeito, Vítor Hugo, foi indiciado por suposta participação em organização criminosa. No relatório, há uma conversa dele com um terceiro em que, supostamente, é convencido a pagar vantagem a um potencial concorrente nas eleições.
Leto Viana também admitiu todo o esquema criminoso relacionado ao pagamento de propinas, funcionários fantasmas e controle sobre os vereadores da cidade. Há dados também sobre a ocultação de patrimônio. O caso será analisado pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, que poderá denunciar todos os envolvidos.
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