Sai Fernando Boca Louca (Avante) e entra Flávio do Cabaré (PR). Este é um cenário possível na composição parlamentar da Câmara Municipal de Sucupira. Ops! Do Conde, na Região Metropolitana de João Pessoa. Brincadeiras à parte, até por que não cabe inserir Odorico Paraguaçu nesta história, vamos aos fatos e com os nomes reais. O imbróglio ocorre por conta das confusões em que se meteu o vereador titular do cargo, Fernando Araújo. Ele é acusado de ter contratado servidores fantasmas para atuar como assessores na Câmara Municipal. Fazia o rachadinho, ficando com a maior parte dos salários. À polícia, ele confessou o crime e prometeu entregar outros vereadores. Com o caos instalado, Flávio Melo protocolou no dia 8 deste mês o pedido de cassação do vereador por quebra do decoro parlamentar.
As chances de o processo ser exitoso é muito grande. A maioria dos vereadores do Conde acatou o pedido e foi instalada uma comissão processante, que iniciou os trabalhos nesta quarta-feira (17). São muitas provas contra Boca Louca. Ele admitiu ao delegado Allan Murilo Terruel, da Delegacia de Combate ao Crime Organizado da Capital, pelo menos cinco contratações. Os depoimentos comprovam também as primeiras acusações, surgidas após uma servidora ser abordada por fiscais do Bolsa Família. A mulher era servidora municipal e cadastrada no programa, o que é ilegal. Ela então, disse que dos R$ 1 mil que recebia, ficava apenas com R$ 100. Novas acusações aportaram na delegacia agora tendo como alvo outro vereador com nome público peculiar: Malba de Jacumã (SD). Já são cinco denúncias contra ele.
Fernando Boca Louca conquistou, nas eleições de 2016, 668 votos votos. De acordo com os investigadores, em depoimento, ele prometeu entregar outros vereadores que também fazem rachadinho com os salários dos assessores e até entregar esquemas de corrupção no Executivo, envolvendo ex-prefeitos. Ele era muito próximo à ex-prefeita Tatiana Lundgren, que chegou a ser presa em ação movida pelo Ministério Público. Flávio Melo, que adotou o apelido pouco convencional por causa da propriedade de bares no Litoral Sul, chega com força para assumir o cargo de vereador. O suplente conquistou 341 votos na disputa eleitoral de 2016. A favor dele pesa o clima que se criou na Câmara, por causa da delação alinhavada por Boca Louca.
Caso Flávio Melo decida usar, enquanto vereador, o apelido que o consagrou nas ruas, o time de vereadores com nomes peculiares na Câmara ficará inabalado. Mesmo com a saída de Fernando Boca Louca. Se o carteiro chegar com uma correspondência na Casa para Malbatahan Pinto Filgueiras Neto, ela será recusada se ninguém se atentar para Malba de Jacumã. Josélio Dionisio do Nascimento é o popular Josélio Jogador (PR). Da mesma forma, Severino Rodrigues da Silva é Pinta Gurugi (PR); Carlos André de Oliveira Silva é Carlos Manga Rosa (PR); Ednaldo Barbosa da Silva é Naldo Cell (PT) e Ricardo da Silva Pereira é o Irmão Cacá (MDB). Ao todo, são 11 vereadores na Câmara Municipal do Conde. Os outros com nomes comuns são Luzimar, Daniel Júnior, Juscelino e Adriano.
Blog do Suetoni