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Daniella Ribeiro lamenta desvio de recursos da Saúde e cobra transparência do governo sobre Operação Calvário

Senadora questionou contratação de organização social para administrar o Trauma, alertando o governo sobre irregularidades em outros estados

 

Diante dos últimos fatos ocorridos na Paraíba através da operação Calvário, que investiga uma organização criminosa suspeita de desvio de dinheiro público da saúde, a senadora paraibana Daniella Ribeiro, líder do Progressistas no Senado Federal, lamentou que a situação tenha chegado a esse ponto, mas relembrou que, desde 2011, ela e outros parlamentares paraibanos alertarem o então governador Ricardo Coutinho sobre a Cruz Vermelha.

“Ainda deputada, fui à tribuna da Assembleia Legislativa da Paraíba para falar sobre o histórico da Cruz Vermelha, sobre a qual havia registros de irregularidades em contratos firmados em outros estados brasileiros. Também participei de audiência no Senado, à época, para discutir tais contratos. Outros colegas deputados fizeram o mesmo alerta, mas fomos ignorados pelo então chefe do Executivo estadual”, pontuou Daniella.

A senadora também destacou que, ainda em 2011, pediu uma audiência pública para discutir os pontos do contrato firmado entre a Cruz Vermelha e o Governo da Paraíba, mas nenhum representante compareceu para dar explicações. “O objetivo era mostrar claramente como esse contrato foi firmado, quais as cláusulas existentes, quanto de dinheiro seria repassado. Eram explicações não apenas para mim ou para os demais deputados, mas principalmente para o povo paraibano”, declarou.

Daniella lamentou o suposto de desvio de recursos públicos da Saúde, como apontam as investigações do Ministério Público, através do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco). “Enquanto tivemos o derrame de dinheiro público por um lado, como investiga o MP, por outro tivemos paraibanos sofrendo durante os últimos oito anos com a falta de leitos no Hospital de Trauma, com a falta de remédios. Tivemos médicos denunciando falta de material de trabalho básico no Trauma, o que os obrigou a usar furadeira doméstica em cirurgias porque não havia o craniótomo. Nesse tempo que a Cruz Vermelha administrou o Trauma, o desvio de recursos custou vidas de paraibanos que morreram esperando o atendimento que não chegou. Morreram aguardando liberação de macas. Enquanto gestoras aumentavam seus patrimônios com carros de luxo blindados e casas cinematográficas, o povo paraibano foi penalizado na assistência à Saúde, sem piedade”, afirmou.

A senadora também criticou a omissão do atual governador da Paraíba, João Azevedo, diante da operação e da prisão da, agora ex-secretária, Livânia Farias. “O povo paraibano merece resposta. O governo deve explicações sobre diversos pontos, desde o fato de manter a Cruz Vermelha até o suposto envolvimento de secretários. Vamos cobrar transparência e não vamos permitir que o dinheiro público continue a ser desviado de suas finalidades específicas”, afirmou. Segundo as investigações, os desvios podem ter sido de 1,1 bilhão.

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